Maputo, 02 Abr (AIM) – Subiu para nove o número de vítimas mortais das enxurradas ocorridas entre os dias 23 à 25 de Março ultimo, nos municípios de Maputo, Matola, Boane, todos na província de Maputo, e no de Xai-Xai, província de Gaza, ambas no sul de Moçambique.
Causadas por um sistema de baixa pressão que atingiu a região sul de Moçambique, as chuvas também fizeram 17 feridos e afectaram 96.239 pessoas, o que corresponde a 20.215 famílias, e inundaram 20.023 casas, destruíram por completo outras 99 e 173 parcialmente.
Os números foram avançados pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, à imprensa, minutos após o fim da 10ª sessão ordinária daquele órgão que teve lugar terça-feira (02) em Maputo.
Suaze, que também é vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, anunciou que as chuvas afectaram 63 escolas e deixaram 113 salas de aulas destruídas, que resultou em 78.627 alunos sem aulas nos quatro municípios.
Acrescentou que as chuvas afectaram ainda 1.907 professores.
“Sofreram 61 unidades sanitárias e estamos com cerca de 13.584 hectares de várias culturas também numa situação de inundação”, disse.
De 23 à 25 de Março, o Instituto Nacional de Meteorologia registou uma precipitação de 300 milímetros.
Relativamente as estradas, as chuvas danificaram cerca de 265 quilómetros nas quatro autarquias, 28 vilas afectadas e três drifts.
Questionado sobre a assistência aos afectados, Suaze apontou que o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) está a trabalhar no terreno prestar apoio às vítimas.
“A instituição [INGD] tem-se desdobrado, com fundos do governo, como com o apoio dos seus parceiros para fazer face no limite daquilo que é possível para fazer”, vincou, tendo sublinhado que “o óptimo seria que nós tivéssemos zero óbito, zero feridos, zero casas inundadas, zero estradas destruídas, mas há-de compreender que em parte alguma do mundo se consegue fazer a prevenção a 100 por cento”.
Garantiu que o Executivo tem desempenhado o seu papel no limite das condições humanas e financeiras e “continuaremos a aprimorar as capacidades que nós temos instaladas neste momento”.
Na mesma sessão, o Conselho de Ministros autorizou o leilão de direitos de utilização do espectro de frequências radioeléctricas, para a prestação de serviços de telecomunicações de uso público nas faixas de 700 MHz, 2,6 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz.
Suaze explicou que o leilão visa garantir o acesso ao espectro de banda larga pelos operadores de forma transparente e justa.
Além de promover a concorrência leal entre os operadores e assegurar a cobertura em zonas urbanas e rurais em serviços de banda larga de alto débito, o leilão, segundo Suaze, também tem como objectivo aumentar a capacidade nas zonas com maior densidade populacional e “maximizar os benefícios de utilização da Internet, garantindo a utilização eficiente do espectro de frequências radioeléctricas”.
(AIM)
Ac/sg