
Vias de acesso para o posto Policial de Mathlemele submersas pelas águas da chuva
Maputo, 09 Abr (AIM) – A circulação de veículos esteve condicionada nas primeiras horas de hoje (09), na estrada circular, entre a segunda e a terceira rotundas, no bairro Mathlemele, no município da Matola, arredores da capital moçambicana, devido às barricadas colocadas pelos moradores.
Os populares bloquearam a estrada nos dois sentidos como forma de pressionar a concessionária da estrada circular de Maputo, Rede Viária de Moçambique (REVIMO) a colocar valas de escoamento das águas das chuvas, e deste modo resolver definitivamente o problema das inundações. A circulação só viria a ser restaurada após a intervenção policial.
Os moradores acusam a REVIMO de ignorar as suas queixas, “já enviamos várias cartas, pois não é a primeira vez que isso acontece, mas a REVIMO ignora os nossos pedidos. Por isso, não vemos outra saída senão bloquear a estrada e talvez dessa forma resolvam os nossos problemas”, disse à AIM, uma senhora residente na vizinhança, falando na condição de anonimato.
Carlos Munguambe, morador do mesmo bairro, faz eco as palavras da primeira moradora sublinhando que “para se fazer sentir neste país é preciso fazer confusão. Enviamos várias cartas, mas nenhuma delas foi satisfatoriamente respondida”.
Os moradores de Mathlemele dizem que o problema de inundações agravou-se com a construção da estrada circular de Maputo, por estar acima do nível das suas casas.
“Nós não tínhamos problema de cheias nas nossas casas, mas desde que foi construída a circular passamos mal. A estrada está em cima e, por isso, toda a água que vem da estrada entra nas nossas casas porque não há valas de drenagem para encaminhar a água”, disse Paulo Massingue, outro morador e vítima das enxurradas.
Questionados sobre a possível solução do problema que coloca em conflito os moradores de Mathlemele e a REVIMO, os moradores são unânimes em afirmar que a colocação de valas de drenagem pode minimizar o problema.
Em conversa com a AIM, Sérgio afirmou que já perdeu muitos bens porque a sua casa encontra-se submersa, acrescentou que estão a surgir doenças por conta da água estagnada nos quintais e nas ruas.
“Estamos mal com essa situação, as ruas estão totalmente alagadas, para ir ao serviço temos que entrar na água, os nossos filhos entram na água quando vão à escola e como nem todos conseguem comprar botas já estamos a sair feridas nos pés”, disse Sérgio.
Já um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM), ouvido pela AIM disse que mesmo o Posto Policial de Mathlemele encontra-se numa situação precária porque a água inundou todas as ruas de acesso.
“Estamos com sérios problemas de água, como vê todas as ruas que dão acesso ao posto policial estão cheias de água e intransitáveis, todavia continuamos a servir ao cidadão apesar das dificuldades que nos são impostas pela chuva”, disse o agente.
A reportagem da AIM tentou, sem sucesso, ouvir uma brigada da REVIMO que se encontrava no local, tendo alegado que não estavam autorizados a falar à imprensa.
Recorde-se que esta não é a primeira vez que os populares bloqueiam a estrada ao longo da circular, no dia 25 de Março e no dia 08 de Abril os moradores de Intaka I colocaram barricadas na estrada, nas proximidades da primeira rotunda, pedindo a criação de um canal para água, pois entendem que a bacia criada, no local, não resolveu o problema.
(AIM)
Snn/sg