Maputo, 10 Abr (AIM) – O MISA Moçambique reafirma que combater a propaganda enganosa e desinformação, seja no mundo digital como no off-line, é uma das maiores responsabilidades de todos.
Argumenta a sua posição, vincando que se está numa era “pós-verdade” em que as pessoas pouco se preocupam com informação factual, valorizando, pelo contrário, suas próprias crenças.
“Trata-se, pois, de prestar um serviço público por excelência, porquanto informação de qualidade é poder”, afirma o MISA, num comunicado de imprensa a que AIM teve acesso.
Explica que esta é a razão por que, nos últimos anos, o MISA tem estado a trabalhar na promoção do acesso à informação de qualidade, incluindo através de iniciativas de combate à desinformação, por via da disciplina de verificação de factos.
Aliás, recorda que foi neste contexto que, durante a pandemia da Covid-19, o MISA lançou uma unidade de verificação de factos, que serviu para combater a desinformação que acompanhou aquela que foi uma das maiores pandemias na história da Humanidade.
Por isso, o MISA reitera que o combate à desinformação deve ser de todos, Governo, sociedade civil, academia, instituições religiosas, entre outros extractos da sociedade.
“Não haverá media nem sociedade civil a triunfar no combate à desinformação enquanto o cidadão não mudar a forma como consome a informação, passando a ser crítico e a verificar tudo antes de partilhar”, sublinha.
“Este é um chamamento para todos nestes tempos incertos que vivemos. Temos de travar esta luta já. De contrário, estaremos a encobrir ainda mais a tragédias que um dia a desinformação irá desenterrar”, apela o MISA.
Segundo o MISA, o caso da Ilha de Moçambique prova que combater a desinformação não é apenas um exercício para garantir informação de qualidade. “É, também, uma forma de salvar vidas.”
Segundo o MISA, o que sucedeu na Ilha de Moçambique, por exemplo, “foi, em parte, o resultado da ausência de informação credível, incluindo por parte dos media.”
Refira-se que a desinformação custou a vida de 98 pessoas no domingo último que seguiam a bordo de um barco de pesca, na sua fuga precipitada de um alegado surto de cólera. Na altura do acidente o barco transportava cerca de 130 passageiros a bordo.
Por seu turno, escreve o MISA, “o Governo deve ser proactivo não apenas na disponibilização atempada de informação de qualidade, como, também, na promoção de acções consequentes de literacia digital para munir os cidadãos, particularmente os menos alfabetizados, de ferramentas que os permitam distinguir informação real de simples boatos”.
No comunicado, o MISA rende homenagem às vítimas, e solidariza-se às famílias afectadas.
(AIM)
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