Maputo, 10 Abr (AIM) – A Floresta de Miombo, que ocorre em Moçambique, e que graças a sua existência parte do planeta terra continua a preservar o ambiente, estará, dentro de uma semana, num dos grandes centros de decisão do mundo.
A iniciativa de preservação do Miombo foi lançada em Agosto de 2022 pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, através da Declaração de Maputo.
São onze os países que adotaram a declaração de Maputo sobre a floresta de Miombo.
Dez dos países são da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), mais o Congo Brazzaville. Também está a vizinha África do Sul que, juntamente com a República Democrática do Congo (RDC), participam como observadores.
O director nacional de florestas, Cláudio Afonso, disse à AIM que o mérito da iniciativa “é juntar todos os países da região que detém a floresta do Miombo ou a bacia do grande Zambeze.”
“Há uma combinação porque a floresta também desempenha um papel importante na preservação dos recursos hídricos”, disse Afonso.
Referiu que o sector de florestas impacta positivamente em outras áreas e, também, existe uma reacção de outros sectores sobre as florestas. “Então é possível nos integrar.”
Cláudio Afonso, quadro com larga experiência na gestão ambiental, explicou à AIM que na declaração de Maputo estão elencadas 21 actividades visando, por exemplo, o reflorestamento, redução do impacto de mudanças climáticas, incluindo emissões de carbono, entre outras acções.
Neste momento, a Presidência das questões da preservação do Miombo está nas mãos de Moçambique e o secretariado está com o Ministério da Terra e Ambiente, através da Direcção Nacional de Florestas.
Questionado pela AIM das razões de Moçambique preferir organizar a conferência sobre a floresta do Miombo, em Washington, capital política dos Estados Unidos, em detrimento do solo pátrio, Afonso avançou duas razões.
“Nós vamos organizar esta conferência internacional nos EUA com essencialmente dois objectivos. O primeiro é divulgar amplamente a iniciativa sobre a floresta do Miombo, e o segundo é mobilizar recursos para implementar as acções previstas na Declaração de Maputo,” vincou.
Anotou que os Estados Unidos é um país onde grande parte de detentores de recursos tem apoiado a causa da conservação.
“Por isso, é mais fácil mobilizá-los a partir de lá”, vincou.
Em termos gerais, a declaração de Maputo visa conservar a Floresta do Miombo e a gestão sustentável deste ecossistema. “Trata-se de um ecossistema importante.”
Miombo, que ocupa dois terços das florestas moçambicanas, beneficia grande parte das comunidades do país para vários fins, desde económicos, até sociais e culturais.
A floresta do Miombo desempenha também papel importante na esfera ambiental.
Miombo é uma palavra de origem Swaili, uma das línguas mais faladas em África, incluindo em Moçambique, que se refere a três géneros que dominam um determinado ecossistema.
A floresta ocorre em Moçambique desde o norte da província de Inhambane, sul do país, até praticamente todo o norte de Moçambique.
A província do Niassa, norte de Moçambique, é a que detém maior extensão da Floresta de Miombo.
O Miombo também ocorre em países como Angola, RDC, Tanzânia, Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.
“Por isso que existe esta iniciativa do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, designada Miombo a Floresta do Grande Zambeze,” esclareceu Cláudio Afonso.
A conferência de Washington que, já mereceu destaque do Presidente Nyusi na última cimeira da União Africana (UA) que decorreu na sede da organização, em Adis Abeba, Etiópia, vai decorrer de 16 a 18 de Abril em curso.
(AIM)
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