
Conjuntivite hemorrágica
Maputo, 13 Abr (AIM) – Pelo menos 14.740 pacientes deram entrada nas unidades sanitárias da cidade de Maputo, capital moçambicana, com sintomas de conjuntivite hemorrágica viral, desde a notificação do primeiro caso a 21 de Fevereiro último.
O sector da saúde diz que os casos aumentaram devido à tempestade tropical severa “Filipo” e as chuvas que caíram nas últimas semanas, que vieram também a agravar as condições de saneamento do meio.
Os dados foram avançados pela vereadora do pelouro de Saúde e Qualidade de Vida no Conselho Municipal de Maputo (CMM), Alice de Abreu, num contacto estabelecido com a AIM, para abordar a evolução da conjuntivite hemorrágica na urbe.
“Referir que notificamos o primeiro caso de conjuntivite hemorrágica viral a 21 de Fevereiro e até ao momento registamos um total acumulativo de 14.740 casos em 35 unidades sanitárias a nível da nossa cidade”, disse.
“Destes, já tivermos 10.479 altas por melhoria clínica e continuam ainda em seguimento 3.689 pacientes. Não tivemos necessidade de fazer internamento e até ao momento não tivemos o registo de nenhum caso de complicação que tenha levado a cegueira”, acrescentou.
De Abreu referiu que, dos 14.740 casos, 55 por cento são mulheres e 45 por cento homens e eles encontram-se distribuídos pelos sete distritos municipais.
“O distrito municipal de Ka Mubukwana tem 5.032 casos, seguindo de Ka Nlhamankulu com 4.295 casos, Ka Mpfumo 2.0611, Ka Mavota 1.467, Ka Maxaqueni 925, Ka Tembe com 342 e KaNyaka 59 casos”, arrolou a vereadora.
A vereadora disse que as autoridades sanitárias têm estado a fazer também a monitoria de casos de conjuntivite a nível dos centros de acomodação e os casos detectados têm merecido o devido tratamento e consequente seguimento.
De Abreu salientou que os hospitais estão equipados para fazer o tratamento da conjuntivite, mas têm estado a recomendar à tomada de medidas de prevenção face ao surto.
“A maior parte dos casos de conjuntivite que estamos a ter é causada por um vírus e o tratamento de eleição é sintomático, isto significa que nós estamos a tratar aquilo que a pessoa tem. Se a pessoa está com conjuntivite, está com dificuldade para ver por causa da luz e nós recomendamos que a pessoa ponha óculos”, explicou.
Vincou que “se está a sair secreção na vista, nós recomendamos que com um algodão, compressa ou uma toalha humedecida em água, um waiper, a pessoa possa limpar aquela secreção, mas quando limpa a secreção é importante que descarte o algodão e lave a toalha, porque o vírus passa para lá e quando levo o mesmo algodão e volto a passar estarei a levar a doença de volta para a minha vista, que já estava a sarar”.
De Abreu disse que na maior parte dos casos não há necessidade de fazer o tratamento com tetraciclina ou clorafenicol, por se tratar de um vírus. Esta medicação é para bactérias. “Então o que é preciso fazer é garantirmos que se faça a limpeza da vista com água várias vezes para tirar aquela secreção, pois vai diminuir aquela irritação e em quatro a sete dias a pessoa recupera e volta ao trabalho, à escola e a outro local”.
A vereadora condenou o uso de urina, chá, vinagre, limão e qualquer outra coisa que não seja esta recomendação que a saúde está a dar.
(AIM)
FG/FF