Maputo, 14 Abr (AIM) – O Presidente da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, Ossufo Momade, considera que as acções terroristas na província nortenha de Cabo Delgado atentam a paz efectiva em todo o território moçambicano.
A posição de Ossufo Momade foi expressa hoje, em Maputo, na abertura da IV Sessão do Conselho Nacional da Renamo, sob lema “Renamo Forte, Reflectindo sobre a Democracia e à Reconciliação Nacional”, que tem a duração de um dia.
Neste sentido, Momade encoraja o Presidente da República, Filipe Nyusi, para a contínua tomada de medidas de reforço das Forças de Defesa e Segurança (FDS) que se encontram no terreno a defender as populações afectadas por este martírio.
“A paz é a condição sem a qual não há harmonia social, tranquilidade e desenvolvimento. Infelizmente, o nosso país ainda não está a gozar deste bem precioso por conta da guerra movida pelos terroristas em Cabo Delgado”, disse Momade.
Acrescentou que “perante uma acção pouco combativa das Forças de Defesa e Segurança, os terroristas continuam a matar cidadãos indefesos da forma mais cruel e destroem infra-estruturas públicas e privadas, prevendo-se uma situação mais caótica com a retirada das Forças da SAMIMI [força da Comunidade da África Austral de combate ao terrorismo]. Apelamos ao Chefe do Estado para optar por alianças credíveis e verdadeiramente solidárias para com Moçambique”.
Ainda recaindo sobre a paz, o presidente daquela formação política destacou os resultados alcançados pelo governo no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
“Ė assim que paulatinamente conseguimos enquadrar na Polícia da República de Moçambique (PRM) 46 oficiais e recentemente terminaram a formação cerca de 100 combatentes para igualmente serem integrados nestas fileiras. Importa referir, que desde o Acordo Geral de Roma, em 1992, nunca tínhamos conseguido este feito, pouco em termos numéricos, mas significativo”, avançou.
“Ainda no âmbito do processo do DDR conseguimos lograr entendimentos que permitiram a fixação de pensões e criação de projectos de sustentabilidade económica para os nossos combatentes, pois actualmente, dos 5.221 processos submetidos ao Ministério da Economia e Finanças para efeitos de fixação de pensões dos combatentes, até Março do presente ano foram remetidos ao Tribunal Administrativo 3.486, dos quais 2.522 já têm o visto e estão em pagamento 1935 pensões”, vincou.
A Renamo lamentou a morte das 98 pessoas no naufrágio registado no posto Administrativo de Lunga, na Ilha de Moçambique, na província nortenha de Nampula.
“A morte daqueles compatriotas incluindo crianças chocou a cada um de nós. A sociedade moçambicana e ao partido Renamo em particular, assim aproveitamos esta ocasião para reiterar os nossos profundos sentimentos de pesar às famílias enlutadas e renovamos a nossa solidariedade aos sobreviventes”.
Consta da agenda do encontro a preparação do VII Congresso do partido, bem como a preparação das eleições gerais de 9 de Outubro próximo.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG)/FF
