
Promoção de gás de cozinha (GPL) na 1ª Exposição de GPL da África Austral e 2ª da África Oriental, em Maputo
Maputo, 17 Abr (AIM) – Apenas 2,5 milhões de moçambicanos, equivalente a cerca de seis por cento da população, consome energia limpa.
Com um consumo anual actualmente calculado em 1,4 quilos, Moçambique é um dos países com um consumo per capita dos mais baixos de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) ou gás de cozinha na região da África Austral,.
Estabelecendo uma comparação, o consumo de GPL por exemplo no Reino de Eswathini é de 5,3 quilos ano, enquanto na vizinha África do Sul é de 6,3 quilos, ano per capita.
A informação foi partilhada na manhã desta quarta-feira (17), em Maputo pelo director nacional de Combustíveis e Hidrocarbonetos, Moisés João, falando durante um dos painéis da 1ª Conferência de GPL da África Austral que decorre hoje e amanhã na capital moçambicana sob o lema “Promover o GPL como Energia de Cozinha na África Austral e Oriental.”
A fonte aponta para a baixa renda das populações como uma das principais causas. “Hoje, em Moçambique, nem todas famílias usam gás, isso está ligado à baixa renda nas comunidades”, disse.
A mesma fonte afirmou que “92 por cento da população usa energia de biomassa para uso doméstico, isto significa que as nossas mães continuam a sofrer usando carvão. Dois por cento usam querosene e carvão, e os remanescentes seis por cento consomem energia eólica, solar e hidroeléctrica”.
Explicou que destes seis por cento de usuários de energias limpas apenas dois ou três porcento usam gás de cozinha no seu quotidiano.
Apontou para as províncias do centro e norte do país como as mais críticas na matéria e, por isso, propõe a criação de um mecanismo legal para desencorajar o uso da biomassa nas grandes cidades.
“Propomos um ajustamento da nossa legislação. A nossa proposta é a criação de um mecanismo legal que restrinja o acesso da biomassa nas cidades e a expansão do GPL”, defendeu.
O governo lançou em 2022, o “Programa Nacional de Massificação do Uso de GPL” que visa desenvolver o uso sustentável e abrangente através da redução dos custos de distribuição do GPL, através do aumento da disponibilidade e remoção das barreiras de acesso ao mesmo.
“Queremos que os moçambicanos usem energia [limpa] e queremos que a mesma sirva para o desenvolvimento da economia de Moçambique”, sublinhou a fonte.
O governo procura actualmente cumprir com dois protocolos internacionais, nomeadamente a Agenda 2030 das Nações Unidas, para adopção de energias mais limpas e Acordo de Paris, uma resposta a ameaça das mudanças climáticas.
(AIM)
CC/sg