
Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, no parlamento
Maputo, 17 Abr (AIM) – O Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, pede o envolvimento de todas forças da sociedade para a consciencialização sobre as reais causas das doenças que, nos últimos tempos, têm causado pânico em algumas regiões de Moçambique.
“Estamos perante uma situação que deve ser encarada com seriedade e responsabilidade por todos nós, governo, deputados, partidos políticos, sociedade civil e confissões religiosas,” disse o Primeiro-Ministro, discursando hoje na Assembleia da Republica(AR), o parlamento, no primeiro dia da sessão de perguntas ao governo.
Maleiane disse que isso pressupõe o envolvimento activo de todos também na sensibilização das comunidades para acatarem as orientações e recomendações das autoridades sanitárias.
Exortou a população a estar mais atenta, manter-se vigilante e denunciar todo tipo de actos de desinformação que podem por em causa a ordem, tranquilidade e segurança públicas.
Falando sobre a época chuvosa 2023-2024, o Primeiro-Ministro lembrou que desde Outubro último Moçambique registou a morte de 115 compatriotas e 202 feridos devido a ocorrência de eventos climáticos extremos.
Até ao momento, explicou, os eventos climatéricos extremos afectaram cerca de 229 mil pessoas, mais de 42 mil casas, 500 escolas, 89 unidades sanitárias, 225 postes de energia, bem como cerca de 669 mil hectares de culturas diversas.
Assegurou que o Executivo está a providenciar assistência humanitária em bens alimentares e não alimentares diversos a mais de 110 mil pessoas afectadas para minorar o sofrimento das vítimas das intempéries, inundações e enxurradas.
Sobre a mitigação dos impactos da seca que assola alguns distritos das províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala e Tete, disse que “temos vindo a implementar várias acções, com destaque para a construção de reservatórios escavados, cisternas familiares, furos multifuncionais, provisão de sementes de culturas resistentes a seca e fomento de gado caprino.”
Disse que em face dos efeitos dos eventos climatéricos extremos que têm assolado ciclicamente o país, o governo tem apostado em acções que incidem na redução dos riscos e reforço da adaptação e resiliência às mudanças climáticas.
“É neste contexto que temos vindo a construir infra-estruturas resilientes que incluem as destinadas ao saneamento e drenagem de águas pluviais, bem como a promover o reassentamento virado para o desenvolvimento e em zonas seguras,” referiu o Primeiro-Ministro.
Destacou a iniciativa de se elaborar o Plano de Contingência para a época Chuvosa e Ciclónica 2023/2024, instrumento que serve de base para o processo de coordenação, resposta e gestão das calamidades naturais.
“Com efeito, registamos a ocorrência de tempestades tropicais severas que provocaram chuvas intensas, inundações urbanas e aumento dos caudais de algumas bacias hidrográficas, assim como o registo de seca em algumas regiões do sul e centro do nosso país devido ao fenómeno El Nino,” explicou.
Sublinhou que foi essa a razão que levou o Governo a decretar, no passado mês de Fevereiro, o alerta laranja “que permitiu a entrada em funcionamento de todo o sistema de gestão de calamidades naturais.
No seu discurso, Maleiane também focou os investimentos que estão a ser feitos nas infra-estruturas como estradas e pontes, acções em curso para garantir que o custo de vida não sufoque os cidadãos, o estágio de pagamento de horas extras e progressões, entre outros assuntos.
A sessão de perguntas ao governo termina esta quinta-feira.
(AIM)
Mz/sg