Maputo, 17 Abr (AIM) – O governo assegura que, nos próximos cinco anos, cerca 12 por cento da população, ou seja 800.000 famílias, correspondente a quatro milhões de moçambicanos, terão acesso ao Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), mais conhecido por gás de cozinha, contra os dois milhões actuais.
O desiderato será alcançado com a entrada em funcionamento este ano, da primeira refinaria de processamento de gás natural no país com uma capacidade anual para a produção de cerca de 30 mil toneladas, exclusivamente para o consumo doméstico.
Além da refinaria, a meta do executivo poderá ser garantida através da implementação do Programa Nacional de Massificação do uso do GPL em curso no país desde 2022, que já beneficiou cerca de 30.000 famílias em oito províncias de Moçambique.
A promessa foi feita hoje, em Maputo, pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), Carlos Zacarias, na abertura da 1ª Exposição de GPL da África Austral e 2ª da África Oriental, evento de dois dias que discute o futuro da indústria nas duas regiões.
“Nos próximos cinco anos, pelo menos quatro milhões de moçambicanos, correspondentes a 800.000 famílias serão beneficiados, com impacto na redução de distâncias percorridas e mudança de hábitos e costumes”, disse o ministro do MIREME.
Segundo ministro, o gás de cozinha será produzido com base no gás extraído no âmbito do Projecto Pande e Temane que ocorre na província de Inhambane, zona sul de Moçambique, e espera-se que a iniciativa alivie as contas públicas, uma vez que a produção poderá cobrir 70 por cento das necessidades domésticas, reduzindo as importações que se andam a volta de 48.000 metros cúbicos de GPL por ano.
“O Governo de Moçambique tem como um dos seus principais objectivos a promoção da cadeia de valor de produtos petrolíferos, incluindo o Gás de Petróleo Liquefeito”, vincou Carlos Zacarias.
O ministro, congratulou os organizadores da Exposição da GLP em Moçambique, mostrando-se convicto de que o evento vai contribuir para moldar a trajectória do mercado do gás de cozinha na região, criando uma plataforma unificada e de ganhos partilhados.
Questionado sobre o retorno da TotalEnergies, para o projecto Mozambique LNG, suspenso por razões de segurança em Palma, na província de Cabo Delgado, zona norte, o ministro referiu que está em curso a avaliação das condições de segurança para um retorno em breve.
Por sua vez, o presidente da Associação Mundial do GLP, Michael Kelly, referiu que a inovação na cadeia de valor nas regiões austral e oriental do continente contribuirá para o aprimoramento das práticas para que os países possam maximizar os ganhos num sector apontado como de evolução rápida.
Garantiu que o foco da associação é tornar a indústria do GLP forte e robusto para que possa responder as dinâmicas do sector, olhando para a mudança da matriz energética para energias limpas, ou seja “net zero” até 2050.
“Continuamos a ajudar os mercados africanos a alcançarem o desenvolvimento da cadeia de valor do GLP. Estamos satisfeitos porque muitos governos lutam para cumprir a questão de energias limpas”, disse a fonte da Associação Mundial do GLP.
(AIM)
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