
Presidente da República discursa na conferência internacional da Floresta de Miombo, em Washington, EUA
Maputo, 17 Abr (AIM) – Os 11 países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) signatários da Declaração de Maputo sobre a Floresta de Miombo adoptaram hoje, em Washington DC, uma Carta de Intenções que tem por objectivo a mobilização de recursos para garantir a sua sustentabilidade.
Além de Moçambique, a lista de países signatários da Declaração de Maputo, inclui Angola, Botswana, Malawi, República Democrática do Congo, Congo, Namíbia, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
A referida Carta define os mecanismos de alocação de recursos para a implementação de iniciativas da Floresta do Miombo, e faz menção ao compromisso das partes, bem como o apoio de parcerias público-privadas.
Falando durante a cerimónia de encerramento, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, destacou que as Nações Unidas continuam a apelar a conservação de 30 por cento da terra e do mar, até 2030.
Apesar de não ser famoso, o miombo, segundo o Chefe do Estado moçambicano, é o maior ecossistema do continente africano, e, nos países por onde perpassa, existem árvores de um inestimável valor comercial.
“Precisamos de transformar as Intenções da Declaração da cidade de Maputo em actos concretos e sustentáveis, rumo ao alcance das metas dos países regionais e globais e da ambiciosa meta para alcançar os objectivos 2030, do quadro global da biodiversidade nas Nações Unidas”, disse, citado pela TVM.
Além de cobrir cerca de dois milhões de quilómetros quadrados, na África Austral, e fornecer inúmeros bens e serviços que garantem a subsistência de mais de 300 milhões de habitantes, incluindo pastagens tropicais e subtropicais, moitas e savanas, a Floresta de Miombo é o maior ecossistema de florestas tropicais secas do mundo.
Por isso, Nyusi defende que a Floresta de Miombo joga um papel chave na preservação e manutenção do Grande Zambeze.
Assinada em Agosto de 2022, a Declaração de Maputo sobre a Floresta de Miombo estabelece prioridades para a gestão e governação sustentáveis dos recursos naturais dos ecossistemas do Miombo.
Por isso, o estadista moçambicano propõe a transformação da dívida dos países menos poluentes em financiamento para eventos climáticos, como forma de libertar os recursos internos e serem investidos em programas de conservação do meio ambiente.
“É também nossa expectativa que a cooperação procure sensibilizar diferentes sectores sobre as modalidades mais justas que permitem a transformação da dívida dos países em financiamento climático, para libertar recursos nacionais para poderem ser investidos em programas de conservação do ambiente”, afirmou.
A conferência internacional da Floresta de Miombo tinha como objectivos definir os mecanismos de financiamento, incluindo a necessidade da criação de um fundo, ou uma estrutura para a implementação da Declaração de Maputo.
(AIM)
Ac/sg