
Jornalistas em pleno exercicio da profissao. Foto arquivo
Nampula, (Moçambique), 19 Abr (AIM) – O presidente do Conselho Superior da Comunicação Social (CSCS), Rogério Sitoe, sugere a realização de debates que possam gerar uma melhor compreensão sobre a actividade jornalística que, por sua vez, contribuam para uma maior harmonia nos processos eleitorais no país.
Sitoe destacou ainda que o CSCS defende que a liberdade de imprensa é, também, efectiva quando exercida com responsabilidade e a forma de a comunicação social cumprir com a sua obrigação, particularmente em períodos eleitorais, é obedecendo escrupulosamente os preceitos das regras jornalísticas reflectindo com imparcialidade e objectividade, os factos que reporta.
Estas afirmações, foram proferidas quinta-feira (18), em Nampula, o maior círculo eleitoral de Moçambique, no seminário de um dia uma organizado pelo CSCS subordinado ao tema: “Ética Jornalística em períodos eleitorais: lições e perspectivas”.
Participaram no debate jornalistas, políticos, estudantes e activistas sociais que também abordaram outro tema intitulado “Jornalismo Investigativo na preservação de infra-estruturas públicas, o caso da EDM”.
“Os períodos eleitorais são os que mais geram susceptibilidades relacionadas com as questões éticas e deontológicas na actividade jornalística. Neste sentido, é legítimo que se imponha a realização de uma reflexão, troca de experiências e debates abertos entre profissionais de comunicação social e as demais partes envolvidas nestes processos, de modo a que se propicie a redução de impactos negativos que atentem a integridade eleitoral”, anotou.
Explicou que um momento de reflexão não é um espaço de julgamentos sobre actividade profissional de jornalismo e dos políticos. Um seminário do género, pretende impor-se como um mecanismo que cria oportunidades para avaliar o que não foi feito bem e o que se pode fazer melhor, com o fim último de contribuir para uma estabilidade eleitoral e gerar harmonia entre os vários intervenientes.
Afirmou ainda que os momentos eleitorais que o país está a viver desde o ano passado, quando se realizaram as eleições autárquicas e as de Outubro próximo, são de reforço à democracia moçambicana.
“Os órgãos de comunicação social foram e serão chamados a dar a sua contribuição na cobertura profissional de todo o processo eleitoral, que incluiu etapas cruciais incluindo o recenseamento, campanha eleitoral, votação, apuramento e divulgação dos resultados”, acrescentou.
O presidente do CSCS lembrou ainda que “o segundo factor crítico destes processos eleitorais está relacionado com a violação dos direitos dos jornalistas em pleno exercício profissional, nomeadamente agressões, impedimento de cobertura jornalística, confiscação de equipamento, etc.”.
O governo da província de Nampula, representado pelo director provincial dos Combatentes, Sérgio Bulaunde destacou o facto de o seminário realizar-se num momento em que o país se prepara para mais um pleito eleitoral e que a comunicação social joga um papel muito importante nas sociedades contemporâneas servindo como inspector geral da actividade política, com poder de influenciar positivamente ou negativamente a opinião pública e na informação e formação dos cidadãos.
“ As questões éticas que se impõem ao jornalismo em período eleitoral, importam não só aos jornalistas, mas a toda a sociedade que tem na informação um dos seus pilares. As eleições são para os jornalistas, um momento de responsabilidade acrescida, onde o entusiasmo e a emoção, não podem actuar em detrimento da ética e do profissionalismo, para que o jornalismo contribua para a concretização do nosso lema: Eleições livres, justas e transparentes”, frisou.
O seminário surge no quadro das atribuições e competências inscritas na Constituição da República e na Lei de Imprensa ao CSCS que, como órgão de disciplina e de consulta, deve assegurar a independência dos meios de comunicação social, no exercício dos direitos à informação, à liberdade de imprensa e de comunicação audiovisual.
(AIM)
RI/sg