
Procuradoria-Geral da República (PGR). Foto arquivo
Maputo, 19 Abr (AIM) – A Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou a lista de 16 cidadãos, incluindo dois tanzanianos, envolvidos em actividades terroristas, seu financiamento e crimes conexos em Moçambique.
A lista, publicada em Boletim da República, inclui mulher, de nacionalidade tanzaniana, identificada pelo nome de Safina Firbate Maulana, camponesa de 36 anos de idade, que ingressou nas fileiras do grupo terrorista, em Outubro de 2020, a partir da aldeia Mitsendjele, na Tanzânia.
O BR refere que os 16 suspeitos, com idades que variam de 23 e 77 anos, são acusados peila prática de actos terroristas, “justificando-se a sua inclusão na Lista Designada Nacional”.
O primeiro na lista chama-se Ajame Momade Ali (48) mais conhecido de Ustaz ou Ostaz, residente na Ilha de Vamizi, posto administrativo de Olumbi, distrito de Palma, província de Cabo Delgado, na região norte.
Comerciante de produtos alimentares em Olumbi, Ostaz foi detido na posse de diversos produtos, incluindo farinha de milho, arroz, energéticos, chapas de zinco, geradores eléctricos, que os transportava numa embarcação, da vila sede de Palma à Ilha Vamizi, para fornecer aos acampamentos dos terroristas.
O Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado já iniciou a audição e respectivo julgamento do Ostaz.
Amir Yassine Chabire, de 77 anos de idade, moçambicano, integrou as fileiras dos terroristas em 2020, a partir da Aldeia Camalinga, distrito de Palma, e Cabo Delgado, no acampamento terrorista, dirigido por Sheik Ibraimo.
Dois arguidos de 23 anos de idade são os mais novos do grupo capturado pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, com o auxílio das forças do Ruanda e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês).
Um dos mais novos, Mamudo Ismael Sefo Sante, foi contactado por três indivíduos para recrutar 50 jovens, sendo 30 mulheres e 20 homens, sob pretexto de emprego em organismos internacionais, e receberia como compensação 1.000.000 meticais (15,6 mil dólares, ao câmbio corrente).
A PGR acusa as 16 pessoas de participação em ataques terroristas, financiar e recrutar membros para os insurgentes que perpetram os seus actos em alguns distritos de Cabo Delgado.
Desde Outubro de 2017 que os distritos de Cabo Delgado sofrem ataques terroristas que, perfazem cerca de quatro mil mortes e provocou mais de 1,4 milhão de deslocados internos.
Os ataques terroristas levaram a suspensão das obras de construção de um megaproprojecto para a produção de Gás Natural Liquefeito liderado pela multinacional francesa TotalEnergies e ao adiamento da tomada da Decisão Final de Investimento de um outro projecto que tem como operador a ExxonMobil.
(AIM)
Ac/sg