
Maputo, 20 Abr (AIM) – Ally Yussuf Liwangwa (47) terrorista de nacionalidade tanzaniana ‘e acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de recrutar 30 mulheres e 20 homens para pertencerem as fileiras dos terroristas que, desde Outubro de 2017, aterrorizam alguns distritos da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
A lista de 16 arguidos, publicada em Boletim da República, inclui mulher, também tanzaniana, identificada pelo nome de Safina Firbate Maulana, camponesa de 36 anos de idade, que ingressou nas fileiras do grupo terrorista, em Outubro de 2020, a partir da aldeia Mitsendjele, na Tanzânia.
Curandeiro e comerciante de vestuário, Liwangwa enganava os jovens, alegando que iriam trabalhar em organismos internacionais, prometendo uma compensação de um milhão de meticais (15,6 mil dólares, ao câmbio do dia).
Feitas as averiguações, as autoridades concluíram que o recrutamento dos jovens se destinava a engrossar as fileiras dos terroristas que perpetram suas incursões em Cabo Delgado.
Liwangwa é acusado de crimes de adesão a organização terrorista, instigação ao terrorismo, financiamento ao terrorismo, e de associação criminosa.
Hamza Ussuail, mais conhecido por Jackson (36) vendedor de produtos alimentares e vestuários, decidiu, voluntariamente, filiar-se ao grupo terrorista, após a captura da sua esposa e filha, pelos terroristas, facto que teve lugar em Fevereiro de 2021, no posto administrativo de Olumbi, distrito de Palma, Cabo Delgado.
Jackson se juntou aos terroristas, e recebeu treinos, tendo ganho confiança dos terroristas.
Passou a actuar como operativo e recolhia de informações de pessoas capturadas para transmitir aos terroristas.
Nos acampamentos terroristas, desempenhava as funções de professor na madraça, condutor de viaturas dos terroristas, transportava e distribuía produtos alimentares em vários acampamentos terroristas.
Jackson abandonou os acampamentos militares, continuando, no entanto, informador e colaborador.
Mesmo na cadeia de Mieze, Jackson tentou recrutar outros condenados.
O BR refere que os 16 suspeitos, com idades que variam entre 23 e 77 anos, são acusados de prática de actos terroristas, “justificando-se a sua inclusão na Lista Designada Nacional”.
Desde o início dos ataques terroristas em Cabo Delgado perfazem cerca de quatro mil mortes, e mais de 1,4 milhão de deslocados internos.
Os ataques dos insurgentes levaram a suspensão das obras de construção de um megaprojecto para a produção de Gás Natural Liquefeito liderado pela multinacional francesa TotalEnergies, e ao adiamento da tomada da Decisão Final de Investimento de um outro projecto que tem como operador a petrolífera norte-americana ExxonMobil.
(AIM)
Ac/mz