Maputo, 21 Abr (AIM) – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) decidiu reforçar a troca de experiências e o diálogo no sector de sementes em Moçambique.
Uma das acções para esse fim ocorreu na província central da Zambézia em que a FAO organizou um evento que incluiu um dia de campo e um encontro técnico, juntando representantes dos sectores público e privado, assim como de instituições de pesquisa e multiplicadores de sementes.
Os participantes tiveram a oportunidade de visitar algumas das actividades da FAO no âmbito da componente de sementes dentro do programa financiado pela União Europeia, PROMOVE Agribiz, e participar em debates em torno de questões como o acesso a sementes de qualidade e o impacto das sementes falsas no mercado de sementes de Moçambique.
Reflectindo sobre o evento, o director provincial da Agricultura e Pescas da Zambézia, Fernando Namucua, destacou a “importância da partilha de conhecimentos para enfrentar os desafios existentes na cadeia de valor de sementes”.
Depois da visita ao campo de multiplicação de sementes de arroz do multiplicador local, Bento Massas, apoiado pela FAO no distrito de Nicoadala, o coordenador do PROMOVE Agribiz pela FAO, Dario Cipolla, mostrou-se “impressionado com a capacidade demonstrada por pequenos agricultores”, como Massas, “para testar e avaliar diferentes variedades de arroz e práticas de cultivo para, eventualmente, seleccionar a variedade mais adequada e que melhor responda à procura do mercado”.
Já no distrito de Namacurra, os participantes proporcionaram a interacção com multiplicadores e produtores locais e discussões sobre práticas agrícolas sustentáveis.
Ainda no âmbito do evento realizado quinta e sexta-feira da semana finda, Dario Cipolla, em representação da FAO, fez a entrega oficial de equipamento de processamento de sementes ao Laboratório Provincial de Sementes.
Segundo a directora nacional de Sanidade Agro-pecuária e Biossegurança do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), Florência Cipriano, que recebeu o equipamento, “agora, este laboratório está melhor do que o laboratório central”.
Para Dario Cipolla, trata-se de “um passo importante para o fortalecimento da cadeia de valor de sementes para a província e o país”.
O evento, indica um comunicado de imprensa da FAO recebido pela AIM, foi encerrado com um “workshop” em Quelimane, a capital provincial, em que o foco recaiu sobre um estudo realizado pela FAO em colaboração com a Associação para a Promoção do Sector de Sementes (APROSE) sobre o impacto das sementes falsas no mercado de sementes no país.
Entre as consequências do uso de sementes falsas, o especialista em sementes da FAO, Celso Ruface, mencionou “a baixa produtividade, a diminuição da motivação dos produtores para investir em insumos agrícolas melhorados e a fraca competitividade entre empresas”.
Para colmatar esta lacuna, a melhor estratégia, disse Hugo, consiste em “trabalhar com um sistema de rastreabilidade das sementes, aumentar o número de inspectores e ter mais amostras aleatórias para controlo de forma a alcançar mais produtividade e sustentabilidade na produção agrícola“.
A FAO trabalha com diversos países no estabelecimento da rastreabilidade das sementes, desenvolvendo sistemas que podem identificar os produtores de sementes, a qualidade real e todas as etapas de produção e venda de sementes.
(AIM)
mz