
Indicacao de um posto de recenseamento eleitoral na cidade de Maputo. Foto de Ferhat Momade.
Nampula, (Moçambique), 22 Abr (AIM) – O vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Mazanga, sugere um mapeamento mais profundo da província de Nampula, para garantir um recenseamento mais ajustado a realidade, um exercício que, eventualmente, poderia aumentar o número de assentos parlamentares, fazendo jus ao seu título de maior círculo eleitoral em Moçambique.
A apreciação de Mazanga, surge na sequência de uma visita, nos últimos cinco dias, à província de Nampula, em cumprimento da lei eleitoral que lhe outorga a responsabilidade de fazer supervisão do recenseamento e dos actos eleitorais.
Para Mazanga, a tarefa de melhorar o mapeamento de Nampula não pode ser deixada apenas para os órgãos de administração e geQstão eleitoral.
“Por isso, é que estamos a chamar aqui o próprio governo, que é o gestor administrativo da coisa pública, no sentido de se criarem as mínimas condições para haver efectivamente um levantamento realístico”, disse.
Segundo Mazanga, se houver um recenseamento correcto Nampula poderá ter mais assentos na Assembleia da República. Infelizmente, segundo Mazanga, o que está a acontecer é que não existe este levantamento e, por isso, grande parte dos nampulenses vão ficar sem o registo do recenseamento”.
O vice-presidente da CNE, manifestou o seu desapontamento porque apesar de ter encontrado números que aparentemente estão ao nível do planificado, muitos potenciais eleitores ficam sem ser recenseados.
“Precisamos inverter este cenário. Encontramos que Nampula, o maior círculo eleitoral de Moçambique, vem perdendo a sua hegemonia por conta da diminuição dos assentos para a Assembleia da República, como resultado de atribuição de postos de recenseamento não proporcionais a sua densidade populacional. Já teve 50 assentos, desceu para 47 e agora tem 45”, salientou.
Por isso, defende Mazanga, “Nampula precisa ser bem recenseada para recuperar e manter a sua majestade de maior círculo eleitoral do país.”
Aliás, Mazanga considera irrisórios os 1.262 postos de recenseamento em funcionamento para o tamanho e dimensão de Nampula.
“Os números até aqui alcançados são resultado da entrega abnegada dos STAE provincial e distritais, órgãos executivos dos processos eleitorais. De um universos de 3.153.458, subtraindo 1.295.924 recenseados em 2023, a projecção para 2024 ficou em 1.857.534. Deste número até 21 de Abril foram recenseados 1.685.451 correspondente a 90,74 por cento, sendo 814.894 homens, (48,34 por cento) e 870.557 mulheres (51.66 por cento), feitos por 1.021 brigadas, destas 236 móveis e 785 fixas”.
Mazanga revelou ainda que no distrito costeiro de Memba, existem sete brigadas que não recebem eleitores há mais de duas semanas aparentemente por receio da acção dos terroristas.
“Nós, órgãos eleitorais, somos a única instituição no país que faculta um documento autêntico com fotografia e sem custo para os utentes. O nosso cartão de eleitor é resiliente, atractivo e seguro ”, lembrou.
Respondeu as questões dos jornalistas, informou que já foi paga 50 por cento da divida com os brigadistas e agentes da lei envolvidos no recenseamento eleitoral, em curso sendo que as autoridades continuam a trabalhar nesse processo.
O recenseamento eleitoral termina no próximo dia 28 de Abril e o vice-presidente da CNE, Fernando Mazanga, exorta todos os cidadãos para aproveitarem os últimos seis dias para se recensearem e assim estarem habilitados a participar nas eleições gerais de 09 de Outubro próximo.
(AIM/)
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