Maputo, 23 Abr (AIM) – A Comissão Nacional de Eleições (CNE) submeteu uma proposta ao Conselho de Ministros para a fixação do recenseamento eleitoral para os primeiros 15 dias de Maio no distrito de Quissanga, província de Cabo Delgado, norte do de Mocambique, devido a insegurança militar que está a inviabilizar o exercício naquele distrito.
O recenseamento iniciou a 15 de Março e vai encerrar já no próximo dia 28 de Abril. Entretanto ainda não foi possível arrancar com o processo em Quissanga devido a insegurança militar.
A informação foi partilhada hoje em Maputo pelo porta-voz do CNE, Paulo Cuinica, falando em conferência de imprensa sobre o balanço da supervisão do recenseamento eleitoral na cidade de Maputo.
“Nós temos a situação de Quissanga, onde o recenseamento até hoje não arrancou e a Comissão Nacional de Eleições reuniu e deliberou para que uma proposta, fosse avançada ao Conselho de Ministros para que este possa decidir sobre a fixação de um período especial de recenseamento para aquela zona”, disse Cuinica, sublinhando que se trata de um caso especial e não extensão do recenseamento.
Enquanto isso, a CNE aguarda decisão do Conselho de Ministros, e em função da resposta vai concentrar os seus meios para recenseamento em Cabo Delgado.
“Estamos neste momento à espera da decisão do Conselho de Ministros depois é que poderemos concentrar todos os meios que temos na província de Cabo Delgado para que se possa realizar o recenseamento. Quissanga tem um problema de insegurança, mas, no contacto com as Forças de Defesa de e Segurança seria possível, num dado período, que se realize o recenseamento naquele distrito”, apontou.
Quissanga é um dos distritos da província de Cabo Delgado mais afectados por ataques terroristas, cuja motivação ainda falta apurar.
Desde a sua eclosão em Outubro de 2017, os ataques terroristas já levaram a morte de pelo menos três mil pessoas e forçaram mais de um milhão a abandonar as suas zonas de origem.
Quanto à Ilha do Ibo, que também tem sido alvo preferido dos terroristas, Cuinica assegurou que o recenseamento está a decorrer, e que a Ilha “acabou tendo um tratamento diferente de Quissanga exactamente porque foi nos garantido que havia lá segurança” para a CNE trabalhar.
A CNE também diz estar a enfrentar alguns constrangimentos na vizinha Tanzânia onde o processo de recenseamento começou com nove dias de atraso.
“Na República Unida da Tanzânia, o equipamento demorou a chegar e ficou retido em Addis Abeba. E sucedeu que entre Addis Abeba e Dar-es-Salam, já não haviam voos de carga”, explicou.
“Daí que foi necessário esperar até que surgisse um voo de carga para Dar-es-Salam. Isso também acabou criando constrangimentos, o recenseamento na Tanzânia começou com nove dias de atraso”, acrescentou.
Devido a estes constrangimentos disse que a CNE propôs igualmente ao Conselho de Ministros, desta vez, pela extensão do recenseamento na República da Tanzânia por mais cinco dias, ou seja de 29 de Abril a 3 de Maio.
Na ocasião, disse que no estrangeiro e a excepção da Tanzânia, o recenseamento está a decorrer tranquilamente, tendo sido possível alcançar 85,31 por cento da meta, ou seja, dos 279.685 eleitores previstos já se tem registados 238.587 eleitores.
(AIM)
CC/sg