Maputo, 23 Abr (AIM) – Informações preliminares sobre o relatório do naufrágio ocorrido ao largo do distrito da Ilha de Moçambique, posto administrativo de Lunga, distrito de Mossuril, província nortenha de Nampula, que causou a morte de 98 pessoas, apontam como causas uma associação de vários factores.
O porta-voz da 12ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, revelou que, além da desinformação, concorrem também como causas do trágico acidente, as condições técnicas e mecânicas da embarcação que naufragou estavam inadequadas.
“Penso que em sede própria e em momento oportuno, nos próximos 10 ou 15 dias, a comissão vai aparecer não só com o relatório exaustivo sobre o que terá acontecido, mas também sobre como é que o governo vai resolver ou minimizar as situações vivenciadas pela população que foi afectada, em particular”, disse.
Impissa, que também é vice-ministro da Administração Estatal e Função Pública, falava no habitual briefing à imprensa, minutos após o fim da 12ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, que teve lugar terça-feira (23) em Maputo.
Há exactamente duas semanas, na última (11ª) sessão ordinária do Conselho de Ministros, aquele órgão soberano criou uma comissão de inquérito para averiguar as causas do naufrágio.
A comissão também está a aprofundar as circunstâncias, causas e responsabilidades do acidente, bem como fazer recomendações para evitar a ocorrência de acidentes similares no futuro.
O acidente envolveu uma embarcação de pesca que saia de Lunga para a Ilha de Moçambique, transportando cerca de 130 pessoas, que fugiam de uma alegada epidemia de cólera naquele ponto de Nampula.
Segundo as autoridades marítimas locais, a embarcação, que não estava habilitada para o transporte de passageiros, terá sido atingida por uma onda gigante, que provocou a tragédia.
Por isso, Impissa disse que “a comissão que esteve a trabalhar já tem uma informação preliminar, está agora a condensar o relatório e o relatório deve aparecer com medidas concretas sobre que acções o governo efectivamente vai implementar”.
A implementação das medidas contidas no relatório vai, segundo Impissa, melhorar o sofrimento das populações, bem como as condições de informação das diferentes fragilidades detectadas.
Na mesma sessão, o Executivo criou o Repositório Científico de Moçambique (RECIMO) e aprovou o seu respectivo Regulamento.
O RECIMO é um conjunto de serviços de informação, gestão, armazenamento, preservação, disseminação e acesso a objectos digitais produzidos no universo das actividades de ensino, investigação, extensão e inovação das Instituições de Ensino Superior e de Investigação Científica nacionais.
Ainda na mesma sessão, o Conselho de Ministros aprovou a Política de Urbanização.
Sobre o instrumento, Impissa explicou que visa assegurar e garantir a promoção de uma urbanização mais equilibrada e o desenvolvimento harmonioso do território moçambicano.
Impissa acredita que a Política de Urbanização vai promover o desenvolvimento socio-económico, fomentando maior equidade e inclusão espacial e a redução das desigualdades espaciais.
(AIM)
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