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Nampula (Moçambique), 27 Abr (AIM) – Pelo menos 44 pessoas morreram, nos primeiros três meses deste ano, vítimas da malária, contra 13 do mesmo período de 2023 na província de Nampula, no norte de Moçambique que corresponde a um aumento de 238 por cento.
“Os indicadores da vigilância epidemiológica mostram que de Janeiro a Março de 2024, a malária registou um aumento em 238 por cento em relação a 2023 e foi responsável pela morte de 44 pessoas, representando uma enorme evolução de casos de morte, pois no mesmo período de 2023, registamos 13 óbitos”, revelou o secretario de Estado na província de Nampula, Jaime Neto.
Estes dados indicam que Nampula continua no grupo das seis províncias mais afectadas pela malária, com um peso de 21 por cento ao nível nacional, onde se regista uma prevalência de 54 por cento em crianças menores de 5 anos.
Outros números indicam que na província de Nampula, a malária é responsável por cerca de 30 por cento dos internamentos, sendo por isso o primeiro motivo da procura de cuidados médicos e ainda a primeira causa das consultas externas nas unidades sanitárias, representando um peso de cerca de 34 por cento e perto de três por cento dos óbitos hospitalares.
O governante relatou as medidas tomadas pelo governo para debelar esta doença, por constituir ainda um desafio no sistema de saúde, pois, a logística para a sua prevenção e combate continua a exercer grande pressão sobre os recursos financeiros, humanos e materiais em todo o país.
“Os esforços do governo para o controlo e combate à malária traduziram-se em: distribuição e sensibilização da população para o uso correcto das redes mosquiteiras nas comunidades; pulverização intra-domiciliaria; quimioterapia sazonal; saneamento do meio, entre outras”.
Este ano Nampula projecta distribuir 327.093 redes mosquiteiras nas consultas pré-natais, contra 319.194 de 2023, em todos os distritos para reduzir a incidência da malária.
Jaime Neto apela a adesão voluntária de todas as famílias às campanhas de pulverização intra-domiciliária principalmente em áreas urbanas aliado ao combate contra a desinformação de que o insecticida usado ao invés de matar os mosquitos atrai outros insectos.
O 25 de Abril como Dia Mundial de Luta Contra a Malária, foi estabelecido em 2007, uma decisão que resultou do facto de se ter constatado que esta doença tem efeitos devastadores, não só no continente africano, bem como reconhecer o esforço local e global para o seu controlo efectivo.
A efeméride representa uma oportunidade para aumentar a visibilidade e o interesse sobre a problemática desta doença e chamar atenção a toda a sociedade no sentido de intensificar as acções de prevenção e combate, baseadas no saneamento do meio, eliminação de fontes de multiplicação de mosquitos, uso correcto da rede mosquiteira, tratamento hospitalar, combate a desinformação entre outros.
Este ano foi comemorado o seu 22º aniversário sob o lema: “Promover o acesso aos serviços de Saúde, equidade de género e direito humanos para acabar com a Malária”.
(AIM)
RI/sg