
Profissionais de saúde
Maputo, 30 Abr (AIM) – O governo moçambicano insta os profissionais de saúde, que estão a observar uma greve desde segunda-feira (29), a retomarem os seus postos de trabalho como forma de evitarem a perda de vidas humanas.
Falando no habitual briefing à imprensa, hoje em Maputo, minutos após o término da 13ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o porta-voz Filimão Suaze revelou que a greve dos profissionais de saúde colheu de surpresa ao Executivo porque tem informações de que o diálogo está a fluir de uma forma cordial.
“Do lado do governo, o início desta greve veio com alguma surpresa porque ela [greve] é convocada numa altura em que o entendimento que temos é que o diálogo que decorre é cordial”, disse Suaze, que também é vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
Suaze afirmou que medidas estão em curso para mitigar quaisquer efeitos nefastos que possam resultar da ausência dos profissionais de saúde.
Na quarta-feira (24) a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) anunciou a convocação da greve, de 30 dias, prorrogáveis, devido ao incumprimento da parte do Executivo dos pontos acordados na última ronda negocial.
Entre os pontos que constam no caderno reivindicativo da APSUSM, na altura acordados com o governo, destaca-se o apetrechamento dos blocos operatórios, cuja execução estava prevista para até Junho do ano passado.
No entanto, os profissionais de saúde dizem que não houve, pela parte do governo, a intenção de melhorar as infra-estruturas dos blocos operatórios e, muito menos, a provisão de material médico-cirúrgico que deveria ser usado para assegurar a qualidade das cirurgias.
A par das promessas feitas pelo governo, no âmbito das negociações do ano passado, segundo a APSUSM, consta também a disponibilização do material de trabalho para os profissionais de saúde, cuja previsão era até Dezembro de 2023.
Os profissionais de saúde reconhecem houve um aumento do subsídio de risco de cinco para dez por cento, bem como se efectivou o pagamento das horas extras, mas lamentam o facto de não ter sido abrangente.
“Nós temos crença e expectativa de que, à breve trecho, o assunto poderá merecer o seu fecho e as actividades voltarem a decorrer normalmente”, afirmou o porta-voz do governo.
Manifestou o seu apreço com os funcionários que não aderiram a greve, independentemente da pressão dos colegas, pois, permitem que as unidades sanitárias continuem a prestar serviços úteis ao público.
Suaze também fez menção a também dos professores, que se queixam da falta de pagamento de horas-extras desde 2022 e, por isso, ameaçam paralisar na totalidade as aulas.
É nossa expectativa que, à breve trecho, os assuntos mereçam o seu esclarecimento final”, disse.
(AIM)
Ac/sg