Maputo, 14 Mai (AIM) – O governo moçambicano garante que prosseguem esforços para resolver os constrangimentos decorrentes da implementação da Tabela Salarial Única (TSU) em alguns sectores na administração do Estado, incluindo o sector da saúde, actualmente marcado pela greve dos profissionais da saúde.
Falando minutos após o fim da 15ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o porta-voz daquele órgão de soberania, Filimão Suaze, explicou que a implementação da TSU na administração pública revela sucesso porque os constrangimentos estão em sectores distintos.
“A nossa posição é que o diálogo prevalece, e estão a ser encetados esforços da parte do governo para que se ultrapassem os problemas que são apresentados, não só pelos funcionários da saúde, mas pelos demais funcionários públicos”, disse Suaze, que também é vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
“Prova de sucesso dessa nossa diplomacia com os nossos funcionários públicos é que são situações localizadas de funcionários de um sector ou do outro que se têm levantado”, acrescentou.
No entanto, Suaze acredita que a estratégia de diálogo com os profissionais da saúde está a caminhar num bom sentido para o alcance de resultados positivos em ambas partes.
“A nossa estratégia de diálogo tem estado a surtir o efeito desejado e esperamos que o tão breve quanto possível seja ultrapassado o diferendo, havendo, ainda com os funcionários de saúde”, disse o porta-voz do governo.
A 29 de Abril último, a Associação dos Profissionais da Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) desencadeou uma greve, segundo as suas declarações, já fez 327 até semana passada, a escala nacional.
A APSUSM afirma que 95 por cento dos profissionais da saúde aderiram à greve, que surge devido a persistência da falta de medicamentos, equipamento médico-cirúrgico, pagamento justo de horas-extras, falta de alimentação de pacientes internados, superlotação de camas nos hospitais, entre outros problemas.
Consta ainda do seu caderno reivindicativo, o não pagamento do subsídio de cirurgia no valor de três mil meticais (cerca de 47 dólares, ao câmbio do dia) aos técnicos superiores de cirurgia e enfermeiras de saúde materna infantil com a componente cirúrgica, pois estes asseguram os blocos operatórios de todo o território nacional.
A TSU visa harmonizar os salários dos Funcionários e Agentes do Estado que antes de Fevereiro de 2022, início da sua implementação, apresentavam discrepâncias salariais dos diversos sectores do Estado.
Aliás, recentemente, a Associação Moçambicana de Juízes (AMJ) também manifestou o seu descontentamento com a falta de consideração das suas reivindicações pela parte de várias instituições do governo e, por isso, ameaça levar a sua causa para outras instituições.
Os juízes deploram que parte considerável das suas preocupações esteja a ser sistematicamente ignorada, agravando a condição estatutária dos juízes, sobretudo desde a entrada em vigor da TSU.
(AIM)
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