
Chefe do Estado, Filipe Nyusi (terceiro da esquerda para a direita), na abertura do Africa CEO Forum
Kigali, 16 Mai (AIM) – O governo moçambicano busca em Kigali, capital ruandesa, investimentos privados para projectos estruturantes, bem como expor oportunidades de negócios existentes no país.
Para o efeito, o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, participou na manhã de hoje (16) na abertura do Africa CEO Forum, um dos maiores do sector privado no continente, com os seus homólogos do Ruanda, Paul Kagame, Quénia (William Ruto), e do Djibuti (Ismaïl Guelleh).
Durante o evento, os participantes terão uma oportunidade de discutir a urgência de o continente se afirmar na cena global e contribuir nas discussões que vão moldar o seu futuro.
Em entrevista a imprensa moçambicana em Kigali, o Ministro da Indústria e Comércio, Silvano Moreno, confirmou a intenção do país em mobilizar investimentos no sector de infra-estruturas.
“A nossa expectativa é que, a semelhança de outros anos, haja oportunidade para atrair investimentos para o sector de infra-estruturas, sobretudo electricidade, água, estradas e outros ramos que possam catapultar o nosso desenvolvimento”, disse Moreno.
Explicou que Moçambique vai aproveitar a presença de grandes empresas e instituições em Kigali, particularmente a Corporação Financeira Internacional (IFC), braço do Grupo Banco Mundial vocacionado aos investimentos, para alistar os principais projectos do país durante uma sessão específica a ter lugar na sexta-feira, intitulada “Invest Mozambique”.
“Vamos partilhar as oportunidades que temos em Moçambique. Também teremos reuniões com os bancos para expor as nossas necessidades”, acrescentou.
No seu discurso de abertura, Kagame lançou questões de fundo sobre como pode o continente africano garantir o seu lugar entre as principais potências globais, usando os seus recursos abundantes para marcar presença nas discussões sobre o futuro e impactar de forma positiva o desenvolvimento económico.
Kagame entende que África deve unir sinergias e atacar em bloco os desafios impostos pelos bloqueios económicos, forjando um continente capaz de mobilizar recursos para maximização do seu potencial e, deste modo, assegurar o desenvolvimento económico. Frisou que urge a criação de mercados integrados e partilha de oportunidades.
“Esta é a questão que está moldando as deliberações em curso, sobre o que está na mesa e qual é o menu. Enquanto atacarmos os problemas de forma isolada, o continente continuará a enfrentar dificuldades para atrair investimentos”, disse.
Amir Ben Yahmed, director executivo do Jeune Afrique Media Group, que organizou 0 evento, defende uma estratégia de desenvolvimento internacional integrada para facilitar acesso ao capital, alicerçado pelo diálogo público-privado.
Destacou a necessidade de se tirar o maior proveito da zona de comércio livre continental, que ainda enfrenta desafios para a sua materialização.
A fonte desafiou o sector privado africano a ser mais arrojado e determinado, bem como aos formuladores de políticas do continente para forjarem parcerias para a criação de mercados, aumento do comércio intra-africano e promoção do investimento no continente.
Hoje, segundo dia de visita a Ruanda, o estadista moçambicano vai manter um encontro privado com o seu homólogo ruandês, para trocar impressões sobre o reforço das relações de cooperação bilateral.
A agenda do Chefe de Estado inclui possíveis audiências com executivos de algumas multinacionais que operaram em Moçambique na área de hidrocarbonetos.
(AIM)
PC/sg