Lisboa, 16 Mai (AIM) – Em Portugal, mais de um milhão e oitocentas mil pessoas estão em situação de vulnerabilidade económica, segundo confirma o relatório “Portugal Balanço Social”, conhecido esta quarta-feira.
O documento de investigadores da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa destaca as condições em que vive a população mais carenciada.
O relatório mostra que, no ano passado (2023), a taxa de risco de pobreza aumentou de 16,4 para 17 por cento.
Mais seis décimas em relação ao ano de 2022. Ainda assim, a taxa de privação severa desceu em todas as regiões. Excepção para os Açores, onde a desigualdade cresceu mais.
O aumento do custo de vida, o preço das casas, alimentos e dos combustíveis atirou quase dois milhões de pessoas para a pobreza. As instituições de apoio assumem que pode estar a formar-se uma bomba-relógio com efeitos ainda mais devastadores já este ano (2024).
Há cada vez mais pessoas a passar fome e a viver na rua em Portugal. O centro de apoio aos sem-abrigo, citado pela Televisão SIC Notícias, confirma que a cada dia aumenta o número das pessoas que ficam sem casa ou que precisam de ajuda para comer.
Quem ajuda está com mais dificuldade em fazê-lo por duas razões: os pedidos aumentaram e há menos comida a sobrar nos supermercados por causa do combate ao desperdício alimentar.
O antigo presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, alerta que Portugal tem de ter um plano concreto para combater a pobreza.
“É falacioso, agora, dizer-se que só é pobre quem quer porque trabalho não falta. Porque temos cada vez mais gente a trabalhar e a cair no limiar da pobreza”, de acordo com Eugénio Fonseca.
Segundo apurou a AIM, em Lisboa, mais uma Campanha de Recolha de Alimentos nos supermercados vai decorrer nos dias 25 e 26 de Maio corrente, uma iniciativa do Banco Alimentar Contra a Fome.
Taxa de Desemprego
Enquanto isso, a taxa de desemprego vai recuar uma décima na próxima avaliação, segundo dados das Previsões Económicas de Primavera da Comissão Europeia, conhecidos esta quarta-feira. A oferta de trabalho e o emprego continuam a aumentar a um ritmo forte.
O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, considera que a contribuição dos migrantes para o mercado de trabalho é muito positiva.
O comissário da Economia disse, ainda, que Portugal apresenta um cenário orçamental muito positivo.
A Comissão Europeia está mais optimista. Bruxelas reviu em alta o crescimento económico em Portugal para os 1,7 pontos, este ano, mais cinco décimas do que nas estimativas anteriores.
(AIM)
DM/sg