Lisboa, 20 Mai (AIM)- As vozes que pedem solução de paz pela via político-diplomática na guerra na Ucrânia estão cada vez mais a crescer na Europa, em particular, e no mundo em geral.
Juntando-se ao Vaticano, sob a orientação do Papa Francisco, que continua a defender incansavelmente a necessidade de negociações pacíficas para resolver o conflito na Ucrânia, a cabeça de lista do Partido Socialista (PS) às eleições europeias, Marta Temido, reuniu-se esta segunda-feira com a embaixadora da Ucrânia em Portugal, a quem manifestou esperança numa solução de paz pela via diplomática e expressou apoio “irrenunciável e incondicional”.
É de referir que a posição do Papa Francisco expressa recentemente pelo cardeal Parolin reflecte a esperança do Vaticano de ver uma resolução pacífica para o conflito, ao invés de uma escalada da violência.
A Hungria, um dos países da União Europeia, é contra a guerra na Ucrânia. Segundo alguns analistas políticos, há vários outros países dentro da UE que se opõem à guerra mas que não se manifestam em público.
Em Abril, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, alertou para o risco de a Europa entrar num “remoinho de guerra” que a “levará para o abismo”, considerando que “Bruxelas está a brincar com o fogo” pelo envolvimento na guerra na Ucrânia.
“A Hungria não quer a guerra e não quer que a Hungria volte a ser um joguete nas mãos das grandes potências”, disse Orbán, prometendo que o seu país “não entrará no conflito” ucraniano “por nenhum dos lados”.
Pré-campanha para as europeias de Junho
O PS, principal partido da oposição em Portugal, incluiu o encontro com a embaixadora da Ucrânia acreditada em Lisboa, Maryna Mykhailenko, na sua agenda de pré-campanha para as eleições de 09 de Junho para o Parlamento Europeu “por tudo aquilo que está em jogo”, em defesa da “continuidade do esforço humanitário, mas também militar e financeiro que a União Europeia está a dar à Ucrânia”, justificou Marta Temido, citada pela imprensa lisboeta-
Marta Temido, antiga ministra da Saúde no governo de António Costa, foi recebida pela embaixadora Maryna Mykhailenko esta segunda-feira na Embaixada da Ucrânia, em Lisboa, e prestou declarações aos jornalistas no fim do encontro, que durou cerca de meia hora.
A cabeça de lista do PS realçou que está a ser preparada uma conferência para Junho, na Suíça, “para uma solução pacífica para este conflito”.
“Portanto, nós temos a expectativa de que haja a capacidade de avançar pela via diplomática e encontrar uma solução de paz. Naturalmente que enquanto isso não acontecer o nosso apoio à Ucrânia é irrenunciável e incondicional”, afirmou.
Marta Temido salientou que a posição inscrita no manifesto eleitoral do PS é a de que não se pode “descansar, nem virar costas, enquanto houver bombas a cair em solo europeu”.
Segundo a antiga ministra da Saúde, a União Europeia tem feito “o possível”, dentro do actual quadro, para apoiar a Ucrânia contra a invasão russa, segundo narrativa ocidental, “operação militar especial” contra a Ucrânia, na visão da Rússia.
Sobre a candidatura da Ucrânia à União Europeia, Marta Temido considerou que “os países candidatos não podem permanecer sem tempo numa sala de espera do projecto europeu”, mas reiterou que é preciso “o cumprimento integral dos critérios para a integração”.
“E também, da parte da União Europeia, das suas instituições, as adaptações, quer institucionais, quer orçamentais, que permitam uma absorção adequada”, acrescentou.
Recorde-se que no âmbito do programa europeu de apoio à Ucrânia, Portugal contribuiu este ano com 100 milhões de euros. Trata-se da iniciativa da República Checa e considerada uma resposta ao projecto da UE de fornecer um milhão de munições de artilharia à Ucrânia
Presidente ucraniano atribui ao avanço da Rússia em toda linha da frente a “um ano de atraso” no apoio ocidental
Volodymyr Zelensky presidente da Ucrânia, deu, esta segunda-feira, uma entrevista à agência Reuters, onde disse que o apoio ocidental à Ucrânia está “atrasado em cerca de um ano”.
“Um grande passo para a frente e dois para trás”, presidente ucraniano critica assim a demora na chegada dos apoios ocidentais.
Zelesnky considera ainda que os aliados europeus poderiam interceptar os mísseis russos nos céus ucranianos sem envolver a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no conflito.
Em Abril, o Congresso dos Estados Unidos da América aprovou um pacote de 61 mil milhões de dólares (56,6 mil milhões de euros) para a Ucrânia. Uma ajuda que esteve bloqueada durante vários meses devido a questões políticas nos EUA, em pleno ano eleitoral.
Por seu turno, o Chefe do Estado-Maior ucraniano disse que está a conter as forças russas perto da vila de Bilohorivka, no leste da Ucrânia.
“As forças de defesa estão há bastante tempo a conter o ataque do inimigo, que está a tentar avançar na zona de Bilohorivka”, declarou o Chefe do Estado-Maior de Kiev, citado pela Reuters.
Durante a manhã desta segunda-feira, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a conquista da vila de Bilohorivka, no leste da Ucrânia.
(AIM)
DM