
Vice-presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres INGD, Gabriel Monteiro
Maputo, 29 Maio (AIM) – O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) regista um défice de 7,5 mil milhões de meticais (cerca de 117,5 milhões de dólares) para financiar na integra o Plano de Contingência orçado em 14 mil milhões de meticais com vista a assistir cerca de 2,9 milhões de pessoas que poderão ser afectadas por desastres naturais, incluindo deslocados internos resultado de conflitos.
Em termos de deslocados, dos desastres naturais, como de insegurança em Cabo Delgado, zona norte, o INGD tem um registo de 1,4 milhão de pessoas nessa condição, dos quais, cerca de 70 mil necessitam de intervenção urgente do ponto de vista de assistência humanitária.
A informação foi tornada pública hoje, em Maputo, pelo vice-presidente do INGD, Gabriel Monteiro, durante o seminário do Grupo de Trabalho sobre “Engajamento Comunitário para Soluções Duráveis” (WS2) com o foco no deslocamento interno em Moçambique.
O evento junta o INGD, na qualidade de entidade de responsável pela política de deslocamento interno e os parceiros das Nações Unidas, UNHCR e AUN-HABITAT.
“Traçamos um plano de contingência nacional que tem a previsão de atender 2,9 milhões de pessoas, precisando de cerca de 14 mil milhões de meticais. Não conseguimos ter esse valor, temos um défice de 7,5 mil milhões. Estamos a mobilizar esse valor e temos fé que vamos baixar o défice”, disse
De acordo com a fonte, há previsão de 3,3 milhões de pessoas que serão directa ou indirectamente assoladas pela seca, no quadro do fenómeno El Nino, previsto para esta época chuvosa e ciclónica (2023-2024), dos quais, 200 mil vivem actualmente numa situação de insegurança alimentar recebendo assistência humanitária do INGD.
“Neste momento podemos falar de 200 mil pessoas que estão em insegurança alimentar, essas pessoas estamos a atender com tudo que é necessário. Esperamos que não cheguemos a situação em que o país tenha que atender as 3,3 milhões de pessoas. Por isso mês passado reunimos com parceiros para encontrar soluções que mitiguem a seca”, salientou.
Sobre o, Monteiro realçou que se trata de uma oportunidade para o diálogo em torno do envolvimento e participação inclusiva da comunidade para soluções duráveis para o deslocamento interno.
Para o representante da UN-HABITAT, Wild Rosario, os fluxos rápidos de pessoas nas cidades e vilas, especialmente quando causados por crises, colocam desafios aos governos locais, factor que exigem melhor preparação para lidar com o fenómeno.
“Os governos enfrentam frequentemente pressões sobre os serviços básicos, as infra-estruturas e a oferta de habitação. As tensões resultantes podem exacerbar as fragilidades sentidas pelas pessoas mais vulneráveis nas comunidades de acolhimento, forçando mais pessoas a viver em assentamentos informais ou em habitação inadequada, com consequências ambientais e tensões sociais associadas”, disse a fonte da UN-HABITAT.
Frisou a necessidade de fortalecer a ligação entre urbanização sustentável e soluções duráveis ao deslocamento, um dos objectivos do trabalho de UN-Habitat em Moçambique no seu plano estratégico e nos programas que esta’ implementando, especialmente no Centro e Norte do pais.
A abordagem da UN-Habitat em Mozambique prevê assistência técnica e apoio ao Governo, sociedade civil, comunidades acolhedoras e deslocadas, sector privado a diferentes escalas,
(AIM)
Paulino Checo (PC)