Maputo, 04 Nov (AIM) – A companhia petrolífera italiana Eni reafirma a sua prontidão para avançar com a construção da segunda plataforma flutuante para a extracção de gás natural nas águas profundas da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Isso deve-se ao projecto Coral Sul FNLG, considerado um sucesso pelos operadores, bem como pelo governo moçambicano.
A informação foi avançada, recentemente, pela directora geral da Eni Rovuma Basin, Marica Calabrese, em entrevista a Energy Connect, uma plataforma de gestão de informação sobre exploração de hidrocarbonetos no mundo inteiro.
“Depois do sucesso do Coral Sul, estamos prontos para lançar o projecto Coral Norte. A Eni tem muita fé neste país e este será o início de mais um sucesso”, afirmou a directora.
Segundo a fonte, citada pela Energy Connect, a Eni e a Empresa Nacional de hidrocarbonetos de Moçambique (ENH), assinaram um contrato para um novo bloco offshore na bacia de Angoche, para capitalizar a nova era de industrialização, num contexto em que o potencial energético de Moçambique coloca o país na vanguarda dos investimentos energéticos globais.
De acordo com Marica Calabrese, à medida que a Eni for desenvolvendo as suas infra-estruturas Moçambique deverá desempenhar um papel fundamental na satisfação da futura procura energética, através dos projectos actualmente em curso.
“A prontidão e o compromisso do país com o desenvolvimento energético fazem dele um actor-chave na transição energética global. Temos que entregar o futuro energético sustentável de Moçambique”, disse.
Refere que Moçambique está a emergir como um actor-chave no panorama energético global, graças a sua rica reserva de recursos naturais, incluindo gás natural e energias renováveis.
A medida que o mundo muda para uma energia mais limpa e sustentável, o país posiciona-se no centro da transformação, garantindo que os seus projectos energéticos estejam prontos e totalmente implementados para satisfazer a crescente exigência do mercado doméstico, regional e global.
Lembra que, na COP28 de Dubai, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse “A estratégia de transição energética de 80 mil milhões de dólares de Moçambique irá alavancar os vastos recursos renováveis do país para posicionar o país como um destino de investimento sustentável e fornecer energia ao seu povo”.
Espera-se que, num futuro descarbonizado, Moçambique continue a crescer e a satisfazer as necessidades da metade da sua população que não tem acesso à electricidade, aproveitando os abundantes recursos renováveis e naturais para acelerar a trajectória do desenvolvimento socioeconómico de baixo carbono.
Vale lembrar que, ainda este ano, Carlos Zacarias, ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia, apresentou uma estratégia para alavancar a economia através do aproveitamento das suas reservas de gás natural a par com a implementação de vários projectos hídricos, eólicos e solares.
Segundo ministro, alguns projectos já estão em curso, como a Barragem de Mphanda Nkuwa, que atraiu o interesse internacional e proporcionará um cabaz energético diversificado.
Explicou que a transição energética de Moçambique poderá basear-se em quatro pilares estratégicos, designadamente, expandir a capacidade de expansão de energia limpa através de projectos eólicos, hidreléctricos e usinas de energia solar para compensar a predominância de combustíveis fósseis.
Inclui a industrialização verde através de projectos integrados em torno de corredores industriais como o corredor de Nacala, aceleração do acesso universal à energia até 2030 através de soluções tais como cozinha limpa e mini-redes solares, promoção da mobilidade verde, introdução de veículos eléctricos, bem como aumento do número de veículos movidos a gás natural e promoção de biocombustíveis.
Refira-se que, em Agosto deste ano, a Eni, como operador da Área 4, em nome de seus parceiros, nomeadamente, CNPC, GALP, KOGAS e ENH, celebrou a produção de cinco milhões de toneladas de GNL produzidas a partir do FLNG Coral Sul, localizado nas águas ultraprofundas da Bacia do Rovuma, ao largo da costa moçambicana.
Para os parceiros, este é um marco significativo para o projecto e representa não apenas uma grande conquista técnica e operacional, mas também uma prova da dedicação, compromisso e colaboração de toda a equipe e partes interessadas.
(AIM)
PC/sg