
Ka Tembe tollgate few hours before being vandalised.
Maputo, 27 Jan (AIM) – A REVIMO, empresa que gere as portagens da cidade de Maputo, capital moçambicana, fracassou a tentativa de retomar a cobrança das tarifas, após uma interrupção de mais de dois meses por ordens do ex candidato presidencial, Venâncio Mondlane, suportado pelo partido da oposição PODEMOS.
Num acto de desobediência, os automobilistas recusaram pagar às portagens.
Por isso, a REVIMO viu-se forçada a ceder ao braço de ferro com as comunidades que, na manhã de hoje (27) saíram à rua para impedir que a pretensão se efectivasse.
O ponto mais crítico dos confrontes foi a portagem do distrito municipal da Ka Tembe, umas das mais contestadas devido ao elevado custo para o bolso do cidadão.
O caos instalou-se logo nas primeiras horas do dia, quando a REVIMO posicionou os seus funcionários nas cabines e fechou as cancelas para o início das cobranças.
Revoltados com o cenário, os protestantes ocuparam imediatamente a portagem impedindo a cobrança, situação que gerou confusão, obrigando a intervenção da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) a usar granadas de gás lacrimogénio para dispersar os manifestantes. Também há registo de detenção de manifestantes.
Irritados com a situação, os protestantes colocaram barricadas impedindo a circulação de viaturas naquele troço, provocando enormes filas de viaturas e um verdadeiro caos.
O mesmo cenário era visível na portagem da Matola, que foi concessionada a TRAC, empresa de capitais sul-africanos que, desde a última quinta-feira está a tentar retomar as cobranças, mas no meio de uma forte resistência dos utentes e comunidades circunvizinhas.
A maioria dos utentes recusa-se a pagar a tarifa de portagem. Por isso, o cenário obrigou a concessionária a deixar algumas pistas abertas para aqueles que se recusam a pagar. Neste momento, nas portagens geridas pela TRAC apenas pagam os automobilistas de boa fé.
Para ultrapassar o impasse na portagem da Ka Tembe, os manifestantes exigiram a libertação dos detidos, responsabilização das autoridades pela viatura parcialmente danificada com o gás lacrimogénio disparado pela polícia e uma declaração por escrito, por parte da REVIMO para o trânsito livre naquela portagem.
Na portagem da Costa do Sol, uma das mais movimentadas na estrada da circular de Maputo, a REVIMO manteve as cancelas abertas e passagem gratuita aos utentes da via, factor que evitou confrontos.
Ainda hoje, a Procuradoria-geral da República, através de uma nota de imprensa, avisou que está a instaurar processos contra o antigo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, pela a publicação de um alegado decreto que estabelece alegadas medidas para os primeiros 100 dias do governo sombra, sob acusação de que, o instrumento é ilegal, tal como é ilegal o denominado Jornal do Povo, que veicula o referido decreto.
A PGR chama atenção para o crime de imprensa clandestina, uma vez que o referido Jornal do Povo não está registado no Gabinete de Informação, tal como é preconiza pela lei.
A PGR vai mais longe, alertando que, as medidas constantes no Jornal do Povo são nulas e sem nenhum efeito.
(AIM)
PC/sg