
Presidente da República, Daniel Chapo e director-executivo da Eni, Claudio Descalzi testemunham assinatura da DFI
Maputo, 02 Out (AIM) – O consórcio liderado pela multinacional petrolífera italiana Eni assinou hoje, em Maputo, a Decisão Final do Investimento (DFI) para implementação do projecto da Plataforma Flutuante de Gás Natural Liquefeito (FLNG) no Coral Norte, orçado em mais de 7,2 mil milhões de dólares, a ser instalado na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
O cronograma aponta o início de produção comercial para 2028 e o projecto deverá produzir cerca de 3,5 milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano, e 4.300 barris de condensado por dia, durante cerca de 30 anos.
Rubricaram os termos da DFI, a directora-geral da Eni Rovuma Basin, Marica Calabrese; a Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa moçambicana de Hidrocarbonetos, Ludovina Bernardo; o presidente e director-geral da Companhia Nacional de Exploração e Desenvolvimento de Petróleo e Gás da China (CNODC) He Wenyuan; o director sénior da Korea Gas Corporation (KOGAS) Mozambique, Ju Moon Sung; e o director de Gestão de Activos Internacionais da XRG, Bassem Tadros.
O acto foi testemunhado pelo Presidente da República, Daniel Chapo, e do director-executivo da Eni, Claudio Descalzi.
Falando durante o evento, Chapo disse que a capacidade de produção do Gás Natural Liquefeito (GNL) Moçambique passará a contribuir com cerca de sete milhões de toneladas de GNL anuais, e vai se tornar o 14º maior exportador mundial e o 4º maior em África, com tendência de chegar ao 3º e demais posicionamentos.
Durante a fase de construção, o projecto poderá criar cerca de 1.400 empregos para jovens moçambicanos.
Ao longo da vida útil do projecto, o Estado moçambicano arrecadará, segundo Chapo, cerca de 23 mil milhões de dólares em receitas fiscais e “outros ganhos, recursos que reforçarão a nossa capacidade de financiar sectores como agricultura, infra-estruturas, indústria, turismo, educação, saúde e programas sociais para o povo moçambicano”.
O Chefe do Estado afirmou que o Coral Norte espelha o compromisso assumido do governo, de melhorar os termos dos contratos de concessão.
“Nestes termos, conseguimos assegurar até 25 por cento do gás para o mercado doméstico, de forma faseada, conseguimos que 100 por cento do condensado seja alocado à nossa Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) e o envolvimento das nossas empresas CFM [Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique] e EMODRAGA [Empresa Moçambicana de Dragagens] na prestação de serviços marítimos e logística naval, criando bases sólidas para um maior envolvimento de empresas nacionais na prestação de serviços à indústria petrolífera”, disse.
O gás, de acordo com Chapo, será essencial para dinamizar sectores estratégicos em particular o desenvolvimento de terminais de GNL na cidade da Beira, província central da Sofala; no distrito de Inhassoro e da Matola, províncias meridionais de Inhambane e Maputo, respectivamente, que são uma alternativa de fornecimento de gás às centrais de geração de energia à base do gás, existentes no país e futuras.
O GNL do Coral Norte poderá viabilizar a utilização do GNL, um combustível limpo, no sector de transporte, facto que vai contribuir não só para o crescimento económico do país, mas também para a soberania e segurança energética nacionais.
(AIM)
Ac /sg