
Chimoio (Moçambique) 07 Jun (AIM) – A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve um total de 12 indivíduos indiciados no crime de roubo de motorizadas e assaltos em residências e na via pública com recurso a catanas na cidade de Chimoio, província central de Manica.
Dos detidos, dois são agentes da PRM implicados como sendo os mandantes no crime de roubo de motorizadas.
Outros cinco indivíduos são assaltantes com recurso a catanas e os restantes (cinco) ladrões de motorizadas.
Dos agentes da polícia, um é guarda estagiário e outro é primeiro cabo.
Os crimes ocorreram em diversos bairros e no centro da cidade de Chimoio.
O chefe de departamento das Relações Públicas no comando provincial da PRM, em Manica, Mouzinho Manasse, disse este sábado (07) que a detenção destes indivíduos foi graças à denúncia feita pela população, principalmente as vítimas.
“Recebemos ocorrências sobre o roubo de motorizadas e a polícia iniciou um trabalho que culminou com a detenção destes indivíduos e a recuperação de sete motorizadas. A detenção foi graças a denúncia feita pela comunidade”, explicou Mouzinho Manasse.
“Sobre esses dois agentes da corporação, eles estão detidos e poderão ser processados criminalmente. Os assaltantes com recurso a catanas e motorizadas aterrorizavam indivíduos na via pública e em residências”, explicou.
Manasse referiu que os detidos usavam instrumentos contundentes e perfuro-cortantes com os quais agrediam as suas vítimas para roubar motorizadas.
Os supostos assaltantes, em número de dois, pediam serviços de mototáxi, enquanto os outros ficavam num ponto estratégico para agredir os mototaxistas.
“Foi através de um trabalho operativo que conseguimos neutralizar os supostos assaltantes”, referiu.
Helton, um dos indiciados, de 27 anos de idade, aceitou o seu envolvimento no crime e disse que facilitou toda informação sobre o roubo e sobre os policiais envolvidos.
“Roubei cinco a seis motorizadas, mas não houve nenhum ferido. Roubei em diversos bairros. Não causei ferimento a nenhuma vítima. Roubava com meu amigo. Também estão envolvidos dois polícias que eram os mandantes. Os meus amigos tinham contacto com os clientes e os mandantes. Recebia chamadas a solicitarem motorizadas e as chamadas eram feitas por dois polícias afectos à terceira esquadra”, disse o indiciado.
“Eu e o meu amigo íamos à cidade pedir serviços de mototáxi. Subíamos na mesma motorizada. Eu não sou bom no volante. Ficava no meio. Durante o percurso, empurrávamos o mototaxista e caíamos. Depois levantávamos e segurávamos na motorizada. Dizíamos ao proprietário para não gritar e levávamos a motorizada”, explicou.
Entretanto, um agente da PRM identificado por Matepa, agora detido, disse que era apenas intermediário na venda das motorizadas.
“Fui intermediário na venda de motorizadas. Estive envolvido na venda de quatro motorizadas. Por cada venda eu recebia dois mil meticais (cerca de 31 dólares). É apenas isso que fiz. Não sou o mandante. Eu era apenas um intermediário, detalhou.
Os dois agentes da PRM estão detidos e correm investigações. Caso se prove o seu envolvimento serão responsabilizados pelos seus actos.
Aliás, recentemente, cinco membros da polícia foram expulsos da corporação por prática de vários crimes.
A medida resulta dos esforços que a corporação tem estado a fazer com o objectivo de identificar membros com comportamento desviante para purificar as fileiras.
(AIM)
NM/mz