Maputo, 02 Set (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, convida os empresários chineses a apreciarem as oportunidades de investimento nos sectores de infra-estruturas, turismo, agro-processamento e outros sectores industriais para catapultar a economia de Moçambique.
“Quero assegurar aos caros irmãos que Moçambique está aberto. Usem o princípio dos portuários que diz ‘o primeiro navio a chegar é o primeiro a sair’. Por isso, convém não perdermos muito tempo, há condições para tal (investimento)”, disse.
Nyusi formulou o convite hoje (02) na cidade de Jinan, província do leste da China, na abertura do Fórum Empresarial China-Moçambique. Assegurou ao empresariado chinês a abertura do país para a sua recepção, apelando para ser eficiente na competitividade.
Arrolou as oportunidades existentes no sector de hidrocarbonetos, afirmando que o país possui vastas reservas de gás natural calculadas em mais de 200 triliões de pés cúbicos, enormes depósitos de grafite, rubis e areias pesadas.
Em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique cresceu em 5,1 por cento, facto que, segundo Nyusi, revela que o país apresenta boas perspectivas de crescimento económico nos próximos tempos, e no ano corrente, as projecções apontam para 5,5 por cento.
O país apresenta uma estabilidade macroeconómica, que se traduz numa redução da inflação que no primeiro trimestre situou-se em três por cento, o que implicou igualmente uma redução das taxas de juros de mercado e estabilidade cambial, facto que, em 2023, de acordo com o Chefe do Estado “induziu intenções de investimentos externos na ordem de 2,2 mil milhões de dólares”.
Apontou também o impacto das reformas no ambiente de negócios, com maior incidência sobre o alívio da burocracia no licenciamento de empresas, bem como a revisão das leis, de Investimento; de Trabalho, introdução de medidas flexíveis tendo como escopo a aceleração do crescimento económico.
Destacou as reformas implementadas nos últimos três anos, a simplificação de procedimentos para repatriamento de capitais, para facilitar o fluxo de capitais estrangeiros e incentivar o investimento estrangeiro.
“Depois de ouvirmos as vantagens decorrentes da posição geoestratégica a dotação de recursos susceptíveis de aproveitamento económico, considero importante o estado da conjuntura económica e do ambiente de negócios como factores que condicionam os níveis de confiança dos investidores chineses”, afirmou o Presidente.
Sobre infra-estruturas, Nyusi vincou a importância da construção de estradas, especialmente a Estrada Nacional Número 1, que liga o país do norte ao sul, particularmente em alguns troços sobretudo do centro e norte do país.
Disse ainda ser pertinente a construção de outras estradas principais através de parcerias público-privadas, uma prática que se tornou comum em muitos países do mundo.
Referiu igualmente ao projecto para a construção de ferrovias e portos, apontando a recente cerimónia de lançamento da primeira pedra para construção do novo porto em águas profundas localizada no distrito de Matutuine, província meridional de Maputo, e de um sistema ferroviário que, a prior, vai servir directamente três países, nomeadamente, Botswana, Zimbabwe e Zâmbia.
“Estou aqui a dizer que este porto já é uma iniciativa lançada. Há condições de se ver as possibilidades de intervir na sua construção. É um produto que pode ser explorado”, disse.
Durante a sua visita, o Chefe do Estado participa, em Beijing, na 9ª cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) na sequencia de um convite formulado pelo seu homólogo chinês, Xi Jiping.
O evento vai decorrer sob o lema “De Mãos Dadas Promovendo a Modernização e Construindo uma Comunidade China-África de Alto Nível com um Futuro Compartilhado”.
Durante a Cimeira, os Chefes de Estado irão avaliar os progressos registados na implementação do Plano de Acção 2022-2024 da 8ª conferência ministerial do FOCAC, que teve lugar em Dakar, Senegal, bem como aprovar a Declaração e o Plano de Acção 2025-2027, que irão orientar a cooperação China-África nos próximos três anos.
A reunião também constitui uma oportunidade para o reforço das relações de amizade e de cooperação bilateral entre os países africanos e a China, bem como para a consolidação e aprofundamento da cooperação económica pragmática no quadro do FOCAC.
(AIM)
Ac/sg