
Nampula, (Moçambique), 09 Fev (AIM) – A iminência de inundações nos distritos costeiros de Angoche, Larde, Moma e Mogovolas, na zona intermédia, atravessados pelo rio Melúli, levou o governo da nortenha província de Nampula a apelar para a retirada imediata da população e seus bens desses locais.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, (INAM), a província de Nampula está sob influência de um sistema de baixas pressões, caraterizado por ocorrência de chuvas fracas a moderadas, localmente fortes.
Ate o dia 20 de Fevereiro, o INAM prevê a ocorrência de chuvas fracas a moderadas, localmente fortes, acompanhadas de trovoadas e ventos fracos a moderados, com uma precipitação acumulada que poderá estar entre 100 a 125 milímetros.
Por causa desse nivel de precipitaçao a bacia do rio Melúli apresenta tendência a inundação, o que pode colocar em risco cerca de 36 mil pessoas.
Estas informações foram partilhadas, na tarde deste sábado, durante uma sessão do Centro Operativo de Emergência, (COE), provincial.
Perante estes factos, o Secretário de Estado para Nampula, Plácido Pereira, deu orientações para retirada da população, em risco, para locais seguros.
Tal medida surgiu na sequência de informação detalhada do director geral da Administração Regional de Águas do Norte (ARA-NORTE), Carlitos Omar, dando conta que a chuva persistente que se verifica nos últimos dias contribuiu para o aumento significativo dos níveis nas principais bacias da província de Nampula, nomeadamente Melúli, Ligonha e Monapo.
Segundo Omar, já há inundações de magnitude moderada a alta nas comunidades de Macanha, Lalane, Nathere e Cerema, no distrito de Larde, e em campos agrícolas aldeias do posto administrativo de Aube, no distrito de Angoche.
Entretanto, segundo o governante, equipas foram enviadas para, no terreno, acompanharem a situação, numa altura em que a Administração Nacional de Estradas (ANE) está a trabalhar para reparar os cortes verificados em algumas estradas.
“A bacia do rio Meluli requer uma atenção nossa, está a subir de nível, estão em risco cerca de 36 mil pessoas. Equipas conjuntas multi-sectoriais, coordenadas pelo INGD, já avançaram para o terreno para uma provável assistência”, informou.
A propósito, Pereira afirmou ainda: “à população que vive nas zonas ribeirinhas o apelo que fazemos é que se devem retirar imediatamente e ouvir os avisos feitos pelas instituições do Estado que velam sobre a matéria.”
“Há locais seguros já identificados como salas de aula, entre outros, e as autoridades irão indicar para onde devem acorrer tendo em conta a sua segurança”, assegurou Pereira.
Entretanto, a delegada do INGD, Anaclecta Botão, partilhou os dados, até agora recolhidos, sobre os danos provocados pela passagem recente dos ciclones Chido e Dikeledi pela província de Nampula, que indicam 11 óbitos, 38 feridos, 283.334 pessoas afectadas, correspondente a 80.780 famílias.
(AIM)
RI(Rosa Inguane)/dt