
Chimoio (Moçambique), 24 Fev (AIM) – O secretário de Estado na província central de Manica, Lourenço Lindonde, desafia os líderes religiosos a replicarem mensagens de paz e reconciliação para a construção de um Moçambique cada vez mais próspero.
Disse que o combate contra os males que afectam o país precisa do envolvimento de todos os moçambicanos.
Os líderes religiosos têm um papel na pacificação do país, numa altura em que Moçambique tem registado alguns focos de manifestações violentas em protesto contra os resultados eleitorais.
Lindonde falava esta segunda – feira (24), na cidade de Chimoio, no encontro com os líderes religiosos em que destacou a necessidade de cada um dos moçambicanos, independentemente da sua cor política e religião, dê o seu contributo para acabar com este e outros males.
“Convocamos este encontro para nos apresentarmos e conversarmos um pouco sobre o nosso dia-a-dia. Também sobre o nosso país. Todos sabemos que há esforços visando pacificar Moçambique. Queremos ouvir dos líderes religiosos as contribuições porque vocês desempenham um papel importante na pacificação do país. São vocês que estão em permanente contacto com a população nas comunidades”, referiu.
Segundo Lindonde, o encontro surge na sequência dos 100 dias de governação que tem como essência estar na base e dialogar com as comunidades para a construção de uma nação cada vez mais pacífica.
“As igrejas aparecem como um interlocutor válido na nossa governação. Sempre estiveram do lado do governo na solução dos desafios que afectam a sociedade. O governo sempre se apoiou nas confissões religiosas na busca de soluções dos problemas do país. Estamos aqui para dialogar com aqueles que fazem o dia-a-dia da província e do país sobretudo na perspectiva moral”, avançou Lindonde
Acrescentou que “o que se pretende é a construção de uma sociedade mais moralizada, onde a nossa identidade deve ser mais expressa porque a paz e a unidade nacional são fundamentais para uma boa convivência social”.
De acordo com a fonte, “a paz deve começar nas nossas casas, nos locais de trabalho e em toda a sociedade. Um país só pode desenvolver se estivermos em paz”.
“Os conflitos e as guerras são inimigos da paz”, sublinhou.
Lindonde falou das manifestações violentas que retardam o desenvolvimento de Moçambique.
Pensar diferente, segundo Lourenço Lindonde, não pode ser razão suficiente para a violência.
“Quando o assunto é Moçambique, devemos estar juntos. O espírito de moçambicanidade deve estar entre nós. Saber onde terminam os meus direitos, começam os dos outros. Se o interesse é defender o nosso país, deveríamos nos unir contra aqueles que não gostam de nós”.
Lindonde vincou que “devemos pensar diferente quando é para conduzir um processo, mas ter um centro onde devemos nos encontrar que se chama interesse nacional, a nossa moçambicanidade.”
“Devemos mobilizar as consciências para pensarmos por Moçambique. Olhar com patriotismo. Pensarmos juntos quando o problema tem a ver com o nosso país”, defendeu.
No entanto, o pastor João Simões, da igreja Zione Jerusalém de Moçambique, reconheceu a abertura do governo em trabalhar com os líderes religiosos na resolução dos problemas de Moçambique.
Manifestou a sua disponibilidade em orar pela paz e unidade nacional para a pacificação do país.
“Estamos dispostos a trabalhar com o governo. Sempre estivemos por isso que temos estado a orar pela paz. Por exemplo, vimos o recente aperto de mão entre o Presidente da República, Daniel Chapo, e o candidato presidencial Venâncio Mondlane. Este é o resultado das orações que temos feito todos os dias para Moçambique”, referiu João Simões.
A fonte disse que “nós estamos gratos pela abertura do governo e pelos assuntos debatidos neste encontro com os líderes religiosos”.
“Na verdade, sabemos que há muitos males que preocupam a nossa sociedade. Juntos podemos combater esses males. Temos as manifestações violentas, o consumo de drogas, casamentos prematuros, entre outros problemas. Portanto, só unidos é que podemos vencer”, afirmou, por sua vez, João Joaquim, pastor da igreja Assembleia de Deus Internacional.
Este é o primeiro contacto que Lourenço Lindonde manteve com os líderes religiosos desde a sua nomeação como secretário de Estado na província de Manica, há sensivelmente dois meses.
(AIM)
NM/mz