
Secretário-geral da Frelimo, Chakil Aboobakar, discursa em Manica
Chimoio (Moçambique) 14 Fev (AIM) – O secretário-geral da Frelimo, Chakil Aboobakar, defende a união de todos os moçambicanos para acabar com as ondas de manifestações violentas que, desde o dia 21 de Outubro do ano passado (2025), se registam em Moçambique.
Aboobakar deixou ficar a mensagem esta sexta-feira (14) nos distritos de Báruè e Vanduzi, onde se reuniu com os líderes comunitários, religiosos e outros membros da sociedade.
Disse esperar o envolvimento de todos os moçambicanos no combate a este mal que apenas retarda o crescimento de Moçambique.
Vale lembrar que as manifestações violentas já causaram mais de 400 mortos e centenas de feridos.
Várias infra-estruturas públicas e privadas ficaram destruídas e outros bens perdidos na sequência das manifestações.
Antes, os manifestantes alegavam estar a protestar contra os resultados eleitorais. Nos últimos dias a população diz estar reivindicar contra o alto custo de vida.
Luís Manuela, um dos intervenientes do encontro que o secretário-geral da Frelimo orientou com os líderes comunitários, religiosos, membros e simpatizantes do partido Frelimo, afirmou que uma das formas para travar as manifestações é melhorar a governação.
“Os moçambicanos querem mais indústrias e mais emprego. Queremos mudança. Hoje não podemos consumir o que produzimos localmente. Muitas coisas vêm de fora de Moçambique. Mas aqui localmente temos todas as condições para produzirmos e consumirmos o que é nosso. Portanto, estamos a pedir políticas claras e concretas para o aumento da produção”, disse Luís Manuel.
“Não devemos esperar aquilo que vem de fora do nosso país, enquanto aqui localmente temos todas as condições para produzirmos. O custo de vida não pode continuar alto porque podemos produzir arroz localmente. São dessas mudanças que o povo precisa. Se as condições de vida melhorarem, acreditamos que as manifestações vão cessar”, disse.
Elisa Nhacabeque, outra cidadã, referiu que o atendimento no sector público também é mau. A população clama por melhores cuidados de saúde, educação e outros serviços básicos.
“O país tem muitos problemas. Nos hospitais, o atendimento ao público é mau. Os moçambicanos pretendem uma vida melhor. Quando são alocados para construção de mais estabelecimentos de ensino, as escolas não são de boa qualidade. O ensino também não é dos melhores. Por isso, o governo deve trabalhar para melhorar as condições de vida da população. Combater a corrupção, entre outros males que retardam o crescimento de Moçambique”, afirmou Elisa Nhacabeque que também pediu a palavra durante o encontro.
Entretanto, Herculano Chigueda pediu a melhoria da pensão paga aos antigos combatentes de Luta de Libertação Nacional.
“Nós que lutamos em defesa da soberania ganhamos pouco dinheiro. Temos família por sustentar. Quando vamos pedir emprego em qualquer empresa somos dito que somos velhos. Então, não temos outra forma porque estamos a sofrer. Temos filhos que estão a ver isso e podem não estar satisfeitos. Queremos que melhorem as condições das nossas vidas”, afirmou Chigueda.
Em resposta às preocupações apresentadas pelos participantes do encontro, Chakil Aboobakar disse ter anotado todos os problemas e as contribuições que serão respondidas pelo governo.
“A intenção deste encontro era ter uma conversa franca. Há coisas que não conseguimos responder agora porque são conselhos. A única forma de vocês perceberem que ouvimos e ver as coisas acontecerem. Isso leva o seu tempo. Mas vai acontecer. A Frelimo está a trabalhar para o seu povo”, afirmou Chakil Aboobakar.
“A Frelimo assinala os 50 anos da sua criação. São muitos anos, mas este tempo foi marcado por acontecimentos que, nalgum momentos, demoraram o desenvolvimento de Moçambique. Neste momento estamos num processo de reconstrução do país. Este progresso requer o envolvimento de toda a população. Só unidos é que havemos de vencer todos estes males que hoje vivemos no nosso país”.
Sublinhou que uma das tarefas da Frelimo é trabalhar para uma paz duradoura e efectiva, cujo é desenvolver o país.
“Manifestar é o direito de qualquer cidadão, mas não pode ser impedir o direito dos outros cidadãos. Sabemos que precisamos de mudança na sociedade. Essa mudança será possível se todos estivermos comprometidos com o crescimento de Moçambique”.
(AIM)
Nestor Magado (NM)