
Primeira-dama, Gueta Chapo. Foto arquivo
Maputo, 05 Jun (AIM) – A Primeira-dama de Moçambique, Gueta Chapo, manifesta a sua preocupação com o elevado número de mulheres em situação de reclusão, na cadeia central, condenadas por vários crimes, incluindo violência contra pessoas próximas, maridos e filhos.
Gueta Chapo exprimiu o sentimento quarta-feira (04), na cidade da Beira, província central de Sofala, no âmbito da visita de trabalho de quatro dias a aquela região.
A Primeira-dama lamentou o nível de violência por parte de algumas mulheres, um comportamento que culminou com a condenação das mesmas. Disse que o acto pois a mãe deveria ser a principal educadora de uma sociedade.
A esposa do Presidente da República tomou como exemplo o facto de algumas mulheres maltratarem os filhos, enteados ou sobrinhos.
“Quando a mãe descobre que essa criança comeu, a tia descobre, a madrasta descobre, a criança sofre leva porrada ou é espancada até a morte”, lamentou Gueta Chapo.
A Primeira-dama tomando um outro exemplo referiu que existem outras mulheres que foram condenadas por agressão contra seus maridos, por não terem oferecido nada no 07 de Abril, Dia da Mulher mocambicana.
“O marido chega em casa, além de ser cumprimentado com beijinho, é água quente, é óleo, […], então, nós, como mulheres, temos essa obrigação de educar as mulheres, educar as nossas filhas, mas tudo começa connosco, começa na família, para não termos muitas crianças na rua, para não termos muitas mulheres presas”, disse.
Acrescentou questionando, “estava aqui na penitenciária, e as mulheres pediram uma cela maior, mas o que adianta ter uma cela maior, se as nossas mentes não mudarem?”.
Gueta Chapo pediu às mulheres para aprimorarem a atenção nas crianças porque muitas já estão a consumir drogas.
“O assunto de drogas nas nossas crianças é sério e, nas nossas escolas, as crianças já não estão a estudar. Só estão a fumar e a beber. Onde é que nós estamos como mães e como mulheres”, questionou.
A primeira-dama deu espaço para que as mulheres apresentarem as suas preocupações. O destaque foi para o assassinato de 12 mulheres de Janeiro a esta parte.
“Em cada dia que passa, é uma mulher que está sendo morta, é uma rapariga que está sendo morta, e não temos clareza, nem onde ir. Pedimos a mamã Gueta e outras mulheres que estão aqui, para nos apoiarem nessa situação”, apelou Inês Chirinda, residente da Beira.
A Primeira-dama terminou exortando a todas as mulheres da província de Sofala a despirem as suas cores políticas e juntas encontrarem a melhor forma para combater os males que enfermam a sociedade.
Além dos encontros mantidos com as mulheres, a primeira-dama ofereceu meios circulantes a mais de 200 líderes tradicionais dos 13 distritos da província de Sofala e solidarizou-se com crianças acolhidas no Infantário 1° de Maio na Beira.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG)/sg