Presidente do Senegal, Bassirou Faye, discursa na abertura, como convidado especial, a XV Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Bissau, 18 Jul (AIM) – O Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, convidado especial a XV Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), considera a organização uma plataforma intergovernamental essencial para a promoção da solidariedade e cooperação entre nações, sobretudo no contexto actual global marcado por crises.
O estadista senegalês alertou para o aumento preocupante do terrorismo, extremismo violento e crimes transnacionais, como o tráfico de pessoas e de drogas, bem como o recuo do multilateralismo e as crises ecológicas e económicas, desafios complexos que exigem respostas coordenadas e sinérgicas.
Faye afirmou que a CPLP evoluiu de um fórum centrado exclusivamente na língua portuguesa para ser um actor global, capaz de promover soluções frente as crises múltiplas que ameaçam a estabilidade e o desenvolvimento dos países-membros.
“O mundo vive uma escalada de crises políticas, terrorismo, extremismo violento, além da erosão do multilateralismo. Essas ameaças requerem sinergias regionais e cooperação renovada entre Estados”, disse Faye na abertura da cimeira.
Alertou para a crescente vulnerabilidade alimentar em África e no espaço lusófono, considerando que o continente detém mais de 65% das terras aráveis e muitas delas ociosas.
Faye defendeu o modelo brasileiro como referência mundial em produtividade e destacou a necessidade de intensificar a investigação, a mecanização agrícola e o desenvolvimento de cadeias de valor localizadas para garantir soberania alimentar nos países membros.
Em paralelo, o presidente senegalês partilhou uma estratégia nacional focada no fortalecimento da agricultura como sector central da política de soberania alimentar, alicerçada em medidas para diversificar cadeias produtivas, garantir certificação de origem local — “Made in Senegal”
Faye reiterou o interesse contínuo do Senegal em fortalecer sua parceria com a CPLP, mesmo como observador associado. O estadista sublinhou que a organização pode servir de um veículo de cooperação com impacto real, especialmente nos domínios da cultura, educação, investigação e formação profissional.
O estadista senegalês vincou que a sua participação no evento reforça a necessidade de transformar a CPLP em um bloco mais actuante, solidário e resiliente, capaz de enfrentar desafios globais com soluções compartilhadas e estratégias integradas.
(AIM)
Paulino Checo/sg
