O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pede aos gestores do Parque Nacional do Zinave, no distrito de Mabote, província de Inhambane, para que exerçam uma maior vigilância contra a caça furtiva.
Esta é uma das recomendações deixadas pelo estadista moçambicano durante as celebrações do 20º aniversário da Declaração da Área de Conservação Transfronteiriça do Grande Limpopo (ACTFGL), evento que foi marcado pela introdução de um rinoceronte.
Criada em 2002, a Área de Conservação Transfronteiriça do Grande Limpopo foi marcada, na altura, com a abertura de um corredor com uma extensão de 50 quilómetros, entre Moçambique e a vizinha África do Sul, para permitir a passagem natural e movimento migratório de animais entre os dois países.
Segundo o Chefe de Estado, a reintrodução de rinocerontes reveste-se de grande um significado especial pois exige de todos e das comunidades uma maior vigilância e controlo das actividades ilegais para garantir a sobrevivência de todas as espécies de animais que habitam naquela área de conservação.
‘Para o nosso líder comunitário vai ser uma grande vergonha trazermos esses rinocerontes e mais tarde ouvirmos dizer que vocês têm visitas ilegais. Para visitar este parque não precisam de vir as escondidas, avisem passem pelo portão venham ver os animais do que vir as escondidas com fios e cabos e depois derrubar os rinocerontes. Vamos ficar atentos’, advertiu.
Com a reintrodução do rinoceronte o Parque Nacional de Zinave junta-se ao grupo dos outros parques nacionais detentores dos “Big Five” que constituem um grande atractivo para os turistas que visitam as áreas de conservação.
Os Big Five incluem cinco mamíferos selvagens de grande porte e de grande atracção turística, nomeadamente o leão, leopardo, rinoceronte, búfalo e elefante.
Sobre a efeméride, Nyusi afirmou que a conservação transfronteiriça e a criação de áreas de conservação transfronteiriça são os mecanismos mais apropriados para proteger a biodiversidade.
‘Daí que existem vários protocolos da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral relacionados com a conservação e utilização sustentável de recursos naturais e que oferecem um quadro jurídico da gestão transfronteiriça das áreas de conservação’, acrescentou.
Nyusi explica que a Área de Conservação e Transfronteiriça do Grande Limpopo materializa um conjunto da legislação política, estratégica, planos e normas das áreas de ambiente, conservação, florestas e fauna bravia.
‘A nossa política de conservação e estratégia da sua implementação que define as linhas mestres para a conservação, protecção e restauração da biodiversidade nos ecossistemas e habitats com enfoque para as espécies raras e ameaçadas de extinção está alinhada com as directrizes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e com o objectivo de desenvolvimento sustentável’, referiu.
Explicou que além de permitir uma maior integridade ecológica, através do aumento da colectividade, as áreas de conservação facilitam a circulação da fauna selvagem contribuindo para o seu conforto e a sua sobrevivência.
Aliás, também melhoram a eficácia e eficiência da gestão dos problemas como as queimadas, recursos hídricos, caça furtiva, conflitos homem-animal, perda de espécies, degradação de ecossistemas de água, gestão das espécies invasoras, gestão de ecossistemas e dados sobre os habitats.