Papa Francisco recebe cartas credenciais de Raul Domingos novo embaixador de Moçambique junto da Santa Sé. Imagem de FarodiRoma
Maputo, 06 Mar (AIM) – O Santo Padre Francisco recebeu hoje (06) em audiência Raul Manuel Domingos, embaixador de Moçambique junto da Santa Sé, por ocasião da apresentação das suas Cartas de Credenciais.
Segundo o boletim oficial do Vaticano Sala Stampa della Santa Sede, o acto teve lugar no Palácio Apostólico do Vaticano.
Raul Domingos foi nomeado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, em Julho ultimo, ocupar o cargo de embaixador extraordinário e plenipotenciário da República de Moçambique junto da Santa Sé.
Domingos substitui Sérgio Nathú Cabá que ocupou o lugar desde Abril de 2019.
Raul Domingos, 65 anos de idade, foi o negociador-chefe do Acordo Geral de Paz em 1992, em Roma, capital italiana, que pôs termo a guerra dos 16 anos em Moçambique entre o governo e a Renamo, actualmente o maior partido da oposição.
No período compreendido entre 1994 a 1999, Domingos chefiou a bancada parlamentar da Renamo. Domingos viria a ser expulso da Renamo em 2000 devido a um desentendimento com o então líder do partido, o falecido Afonso Dhlakama.
Mais tarde, Domingos formou o Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD).
Em Abril de 2019 foi nomeado pelo estadista moçambicano como membro do Conselho de Estado em substituição de Daviz Simango que morreu vítima de doença.
É o primeiro membro de um partido da oposição em Moçambique a assumir um cargo desta magnitude.
O enviado pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto, Mirko Manzoni, congratula a nomeação de Raul Domingo.
“Esta é mais uma evidência dos avanços que têm sido feitos pelo Governo para construir um Moçambique mais inclusivo e é um exemplo do compromisso contínuo com o processo de paz e reconciliação nacional”, disse Manzoni na sua mensagem após o anúncio da nomeação de Raul Domingos.
Manzoni considera o gesto do Presidente Nyusi um momento histórico para o país, pois marca a primeira vez que um membro da oposição é nomeado embaixador; um cenário inimaginável há poucos anos.
(AIM)
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