
Secretário permanente do Ministério da Indústria e Comércio, Jorge Jairoce (a direita) e representante da Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial em Moçambique, Jaime Muniz, assinam memorando de entendimento
Maputo, 06 Mar (AIM) – O governo italiano vai desembolsar cerca de quatro milhões de euros para a implementação de um projecto que visa impulsionar a actividade agrícola, nos próximos três anos, nas províncias de Manica e Cabo Delgado, regiões norte e centro de Moçambique respectivamente.
Financiado pelos Fundos do Governo da República da Itália, através da Agência de Cooperação Italiana e implementado pela Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), o projecto está enquadrado no mandato do Ministério da Indústria e Comércio.
Intitulado Projecto de Melhoria do Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável das Cadeias de Valor Agrícola (Mais Valor II), o mesmo também tem como objectivo apoiar os esforços do governo na transformação estrutural do desenvolvimento do sector de agro-indústria e cadeias de valor em Manica e Cabo Delgado.
Para o efeito, foi assinado um memorando de entendimento entre o Ministério da Indústria e Comércio (MIC) e a UNIDO, entidade implementadora do projecto.
O acordo permite a troca de informação e coordenação na realização de actividades de monitoria conjunta na implementação das actividades do projecto referido.
Falando após a assinatura do memorando, o secretário permanente do MIC, Jorge Jairoce, disse que o projecto tem como foco a produção de hortofrutícolas em Manica e café em Cabo Delgado.
“O presente projecto irá focar-se na promoção de valor acrescentado de produtos agrícolas e na melhoria do desempenho do agro-processamento de frutas e vegetais, café e cereais”, disse
Questionado se a insurgência não iria inviabilizar o programa, Jairoce disse que antes pelo contrário, vai ajudar as populações locais.
“É preciso entender que nem toda a província de Cabo Delgado está em situação crítica militar, nós achamos que este projecto vai ajudar a estabilizar a situação económica e social das pessoas que lá vivem”, argumentou.
“Há um potencial enorme na Ilha do Ibo (Cabo Delgado) do ponto de vista de condições naturais para a produção do café e isso tem que ser maximizado, obviamente que o nível do produção vai ser acompanhado de medidas de segurança que estão a ser implementado em toda a província”, esclareceu.
Sublinhou que a situação militar não constitui um impedimento para a implementação do projecto.
Por sua vez, o representante da UNIDO em Moçambique, Jaime Muniz, disse esperar que o programa contribua para impulsionar o agro-processamento do país.
“Esperamos que com a formalização do programa Mais valor II, possamos contribuir para o agro-processamento e capacitação de pequenas e médias empresas na área de hortofrutícolas e café e encontrar formas criativas de reforçar a oportunidade de emprego juvenil”, disse.
A primeira fase do programa Mais Valor, o “Mais Valor I”, esteve sob tutela do Ministério da Agricultura e estava focado no cultivo de café em Cabo Delgado, sobretudo na Ilha do Ibo e por causa da situação actual do país foi estendido para as hortofrutícolas e café na província de Manica com o Programa “Mais Valor II”, todos financiados pela Itália.
(AIM)
CC/sg