
Maputo, 13 Jul (AIM) – Três gestores públicos estão a ser investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na província da Zambézia, centro de Moçambique, suspeitos de desvio de 10 milhões de meticais (157.076 dólares norte-americanos) que se destinavam à compra de uma embarcação para assegurar o transporte de pessoas e bens na travessia Quelimane-Recamba, no distrito de Inhassunge.
Os visados são acusados dos crimes de peculato, abuso de cargo ou funções e, por isso, foram constituídos arguidos no processo n.° 114/04 de 2024, numa altura em que mais de 350 mil pessoas residentes nos distritos de Inhassunge e Chinde passam por dificuldades para terem acesso à cidade de Quelimane, a capital da Zambézia, por via fluvio-marítima por falta de um meio seguro de transporte.
Citada pelo “Notícias””, a porta-voz da Procuradoria Provincial na Zambézia, Cristina Chihale, diz que os suspeitos são gestores a vários níveis e são acusados de dilapidar recursos públicos em benefício próprio.
Cristina Chihale explicou que foi através das redes sociais que o Ministério Público tomou conhecimento de a Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações da Zambézia ter adjudicado em 2022, através de um concurso público na modalidade ajuste directo, o fornecimento de uma embarcação de passageiros.
A empresa adjudicada, Ok Corporation, Lda., recebeu 10 milhões de meticais sem que tenha prestado a garantia exigida para casos do género e a embarcação ainda não foi apresentada, mesmo depois de largamente vencidos os prazos acordados entre as duas partes.
A porta-voz do Ministério Público não avançou detalhes alegando segredo de justiça para não perturbar a investigação em curso. Contudo, afirmou que se trata de arguidos que não foram encontrados em flagrante delito. São pessoas localizáveis, por isso aguardam o julgamento em liberdade, porque nos termos da Constituição há presunção de inocência até a sentença transitar em julgado.
(AIM)
FF