
Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB)
Maputo, 16 Jul (AIM) – O nível de água na albufeira de Cahora Bassa, no rio Zambeze, na província central de Tete, em Moçambique, baixou drasticamente, em grande parte devido à seca provocada pelo fenómeno meteorológico “El Nino”.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), a empresa que explora a barragem, escreve em comunicado que “no que concerne a disponibilidade hídrica, no fim do primeiro semestre, a 30 de Junho 2024, a Barragem apresentava uma cota de 316,98 metros, correspondente 59,2% do armazenamento útil da albufeira”.
Este nível de armazenamento é significativamente baixo para este período, influenciado por fracas afluências devido ao fenómeno El Ninõ caracterizado por precipitação abaixo do normal sobre a região.
A descida do nível da água põe em causa a produção de electricidade. Neste contexto, a HCB iniciou, em Junho, a implementação de um plano cauteloso de gestão hidroenergético da Albufeira e das infra-estruturas conexas a fim de equilibrar as necessidades de produção versos a disponibilidade hídrica de modo minimizar o desvio negativo em relação a produção anual planificada.
“A produção energética da HCB é deveras importante e indispensável para a estabilidade energética do país e da região, pelo que a empresa continuará a acompanhar as previsões meteorológicas de longo prazo, a evolução da situação hidroclimatológica da Bacia do Zambeze e as actualizações dos planos de exploração das barragens de montante, de modo a permitir que, em tempo útil, possa proceder ajustamentos operacionais de Cahora Bassa”
Apesar deste constrangimento, no primeiro semestre deste ano a produção de electricidade da HCB aumentou 4,7 por cento, quando comparada com os primeiros seis meses de 2023. A HCB atribuiu este sucesso à gestão criteriosa da água.
Segundo o Presidente da HCB, Tomás Matola, a empresa vai continuar a acompanhar as previsões meteorológicas de longo prazo, a evolução do clima e da situação hídrica na bacia do Zambeze, e os planos das empresas que operam as barragens mais a montante, para que a HCB possa fazer ajustes se necessário.
Na semana passada, Matola estava confiante de que a empresa pode atingir os seus objectivos para este ano. “Mas se o fenómeno se mantiver, ou seja, se não chover entre Outubro e Dezembro, que é o primeiro trimestre do ano hidrológico, então a produção de electricidade do próximo ano será severamente afectada”, alertou.
(AIM)
sg