
Ambulancia - Emergencia
Maputo, 14 Jul (AIM) – A falta de conscientização por parte de alguns cidadãos retarda o tempo de resposta para casos de emergência em Moçambique.
A nível global, a média do tempo estabelecido para resposta em situações de emergência deveria ser de seis a 20 minutos, afirma Quinito Ramos, especialista em resposta a situações de emergência com mais de 20 anos de experiência, que falava em entrevista exclusiva à AIM.
Ramos entende que, excluindo a fraca disponibilidade de meios circulantes para socorrer e evacuar as vítimas, é preciso criar condições para que, uma vez solicitada uma ambulância em um caso de emergência, esta tenha vias por onde circular.
“Infelizmente, acontece que muitas vezes uma ambulância pode estar a sinalizar emergência e não ter por onde passar. Isso acontece não por falta de espaço, mas porque alguns condutores simplesmente recusam-se a cedem a passagem”, considera.
Face a essa situação, Ramos entende que se as pessoas (em especial os condutores) tivessem consciência sobre a necessidade de respeitar uma situação de emergência, o socorro seria bem mais rápido e poderia ajudar a salvar vidas.
Outro caso de desrespeito aos sinais de emergência por parte de alguns condutores de ambulâncias, segundo a fonte, é quando ligam a sirene mesmo quando estão fora de uma situação de emergência.
“Eu tenho a sensação, assim toda gente, que na maioria dos casos, mais de 60 por cento, as ambulâncias tocam sirene indevidamente. Muitas vezes, vejo um carro circular com a sirene ligada só porque há muito congestionamento, e/ou está na hora de saída e o motorista está com pressa de arrumar o carro”, disse.
Acrescenta que esta prática está-se tornando uma cultura. Por isso, no dia que houver, de facto, uma situação de emergência, existe o risco de as pessoas tratarem o caso como uma situação normal e com falta de civismo.
Como solução, o especialista sugere uma crescente conscientização capaz de gerar mais sensibilidade, responsabilidade e respeito à vida por parte de viaturas particulares, bem como das ambulâncias.
Aliás, a fonte vinca que o que sinaliza a emergência não é apenas o som da sirene, mas também as luzes de emergência.
Com isso, explica que, dependendo do tipo de vítima que vai a bordo na ambulância (por exemplo, vítimas com traumatismos ou politraumatismos), o toque da sirene pode causar mais perturbações à vítima.
Aliás, explica que sempre que houver condições para estabilizar o doente durante o percurso até ao hospital é recomendável que a ambulância siga com uma mais lenta e em emergência, mas sem necessidade de circular com sirene ligada, ou fazer manobras que possam criar um desconforto na vítima.
Ramos é especialista e está em Moçambique a liderar a implementação de um projecto que visa assegurar resposta rápida a situações de emergência, desenhado pela T4S, em parceria com o Parque de Ciência e Tecnologia de Maluana.
O projecto, que proporciona uma assistência com suporte de equipamentos de última geração, já está a funcionar em Maputo, sendo que a primeira ambulância está posicionada, estrategicamente, na Praça Robert Mugabe (intercessão entre as avenidas 25 de Setembro e Av. Marginal), na capital moçambicana Maputo.
Nos próximos dias, o projecto com o lema “Por um Moçambique Mais Seguro”, será lançado na cidade da Beira, centro de Moçambique.
(AIM)
Sc/sg