
Director Nacional do Comércio Externo, Claire Zimba, falando na Conferência de Imprensa. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 10 Fev (AIM) – O Ministério da Economia (MINEC) e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) estão a trabalhar no sentido de juntar esforços na definição de medidas estruturais a serem implementadas a curto, médio e longo prazos pelas Pequenas e Médias Empresas (PMEs) para a recuperação da economia nacional.
“O MINEC, como o ponto focal do Governo junto ao sector privado, através da CTA, vão estabelecer mecanismos de interacção, centrado numa análise mais pragmática sobre medidas estruturais a curto, médio e longo prazos do processo da nossa transformação económica, voltada para a recuperação da nossa economia, sobretudo nas zonas mais afectadas, a Cidade e Província de Maputo”, disse esta segunda-feira (10), em Maputo, o director nacional do Comércio Externo, Claire Zimba, durante uma conferência de imprensa.
Zimba considera a interacção com a CTA, inclusiva, alargada e regular, “na qual vão merecer especial atenção, aspectos técnicos e políticos a nível das nossas direcções, para que haja respostas concretas e sinais positivos do esforço conjunto de modo a que voltemos à normalidade após os prejuízos do impacto das manifestações no período pós-eleitoral”, disse.
Diz também ser crucial a mobilização de mais parceiros para a definição de uma agenda com vista à melhoria do ambiente de negócios e, para tal, é necessária a geração de empregos para que o sector produtivo faça o seu papel e contribua para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Esta recuperação surge num contexto de incertezas e insatisfação por parte dos investidores, decorrentes dos últimos eventos das manifestações violentas ocorridas durante os últimos quatro meses.
“Queremos desencorajar e apelar para que olhemos para o país no sentido mais patriótico. A destruição não só afecta os investidores pela redução da capacidade de oferta, mas aos moçambicanos porque estão a perder os seus empregos e, isso devemos evitar. Por outro lado, devemos recuperar a imagem do país, como um destino de referência para a componente do turismo”, frisou.
Relativamente ao financiamento destinado às PMEs, principal preocupação dos empresários que viram os seus estabelecimentos comerciais destruídos e saqueados, disse não fazer sentido a esta altura falar de valores exactos, “porque está em curso um processo de levantamento mais exaustivo. O tema de impacto não é apenas quantitativo, transcende o que vimos, sendo por isso transversal, por isso é importante o diálogo com o sector privado”.
Por seu turno, o Presidente do pelouro do sector de Comunicação e Informação da CTA, Paulo Oliveira, referiu que a economia é incapaz de desenvolver sem a geração de empregos para a população.
“O sector privado é um passo muito gigante para que possamos ver o nosso futuro mais risonho e auguramos algo de bom, um mecanismo de recuperação da nossa economia, bastante afectada pelas manifestações violentas”, disse.
Para Oliveira, o estudo conjunto entre o MINEC e a CTA vai servir para avaliar o valor da destruição até agora, mas, claramente que há centenas de empresas que não voltarão a abrir as suas portas, umas por falta de capacidade e outras por falta de moeda para requalificar a sua indústria, e outras simplesmente extintas”.
Oliveira considera a situação difícil também para os empresários que não encerraram as portas, “mas estamos a fazer sacrifícios grandes para tentarmos salvaguardar os postos de trabalho, assim como satisfazemos as nossas dívidas e obrigações que temos, quer seja com a banca, quer seja com o próprio Estado”.
“O encontro mantido com o MINEC, tinha como objectivo, discutir um conjunto de medidas que possam aliviar alguns impostos, e propor medidas para a requalificação da Estrada Nacional n° 1 (EN1), muito importante porque é por onde passa toda a mercados de Norte a Sul, bem como a redução do preço do combustível”, disse.
Quanto às portagens, defendeu a criação de um modelo mais confortável para todos os utilizadores.
Importa referir que, este foi o primeiro dia de trabalho conjunto entre o MINEC e a CTA, após um encontro mantido com o Presidente da República.
(AIM)
NL/sg