
Bispo Rodrigues Júlio Dambo, Presidente do Conselho Cristão de Moçambique
Maputo, 25 de Mar (AIM) – Arrancou esta terça-feira, em Maputo, uma capacitação de líderes de diferentes denominações religiosas, que visa torná-los em agentes de mudança.
A capacitação vai ajudar a identificarem soluções no seio de suas comunidades, para que possam romper com o ciclo da pobreza e da dependência externa, bem como a promover a reconciliação.
Trata-se de uma iniciativa do movimento “Mozambique First”, através do Conselho Cristão de Moçambique (CCM) e da Igreja Evangélica Africana (EAM), que está desenvolvendo programas de advocacia e iniciativas autosustentáveis, que permitem que as próprias populações tomem as rédeas de seu desenvolvimento.
A grande aposta do movimento, que reside no conceito da Transformação da Igreja e Comunidade (CCT), um processo que capacita a igreja local a apoiar as comunidades a superar a pobreza.
“O CCT ajuda as igrejas e comunidades a identificar recursos locais, trabalhando juntas para criar mudanças duradouras. As comunidades decidem quais são as acções mais adequadas para sua realidade, fortalecendo sua resiliência contra a pobreza e injustiça”, disse o Presidente do Conselho Cristão de Moçambique (CCM) e um dos líderes do movimento, Bispo Rodrigues Dambo.
Sambo defendeu a necessidade de uma maior coordenação das igrejas, para ultrapassar os desafios que retardam o desenvolvimento das comunidades e do país.
“Os problemas do nosso país são vários, mas os políticos são os mais candentes, e seguem os relacionados às mudanças climáticas, a violência doméstica, o suicídio, que afecta, na sua maioria, a camada juvenil”, explicou.
Para Dambo, estes problemas não podem ser ultrapassados de forma isolada, é preciso que as religiões se unam e as mensagens transmitidas pelas igrejas estejam em harmonia com os programas do Governo, para evitar abordagens . “É um facto que nos chama atenção a nos organizarmos melhor, nas nossas comunidades, igrejas e, principalmente no seio das famílias, onde nos fortalecemos melhor”.
Referiu ainda, sobre a disponibilidade nas comunidades de recursos e sabedoria, que devem ser aproveitados.
“É preciso identificarmos pessoas que se identificam com esta causa, e que possam entregar o seu saber para levar avante o movimento do ‘Mozambique First’. Se nós tivermos o recurso humano em primeiro lugar, os outros recursos serão acrescidos”, sublinhou.
Já, o secretário permanente do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Justino Tonela, considera fundamental o papel das igrejas, na construção de comunidades mais justas, sólidas e prósperas.
“No entanto, para que essa transformação aconteça de forma concreta, é necessário que caminhemos juntos, fortalecendo laços, renovando práticas e promovendo diálogo constante entre a fé e a acção social”.
O evento reúne líderes religiosos seniores, activistas comunitários, jovens influenciadores, e membros do Governo, todos comprometidos em formular estratégias para combater as verdadeiras causas da instabilidade e da pobreza no país, bem como, fortalecer o papel da igreja, como um agente de transformação social.
(AIM)
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