
Director nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes, fala em conferência de imprensa sobre Mpox em Moçambique
Maputo, 29 Jul (AIM) – O número de casos confirmados de Mpox na província de Niassa, norte do país, subiu de 13 para 17, revelam dados actualizados apresentados pelas autoridades de saúde.
A informação foi partilhada esta terça-feira (29), em Maputo, pelo director nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes, em conferência de imprensa sobre a situação da Mpox em Moçambique.
Segundo Fernandes, os casos foram registados entre 10 e 27 de Julho nos postos administrativos de Lago, Matengula, Cobué e Maniamba.
“Moçambique regista actualmente um surto de Mpox na província de Niassa, distrito de Lago. O surto foi declarado a 10 de Julho de 2025, com a confirmação laboratorial de três casos positivos. De 10 a 27 de Julho, foram confirmados, de forma cumulativa, 17 casos positivos de Mpox, todos na província de Niassa – dois em Matengula, treze em Cobué e dois em Maniamba”, explicou.
Dos casos confirmados, sete (equivalente a 41um por cento) são do sexo feminino e os restantes do sexo masculino. As idades dos pacientes variam entre 13 e 38 anos.
“Doze pacientes realizaram o teste de HIV e, destes, dois testaram positivo cifra que corresponde a 17 por cento), apresentando assim uma co-infecção”, detalhou Fernandes.
A fonte disse ainda que, no mesmo período, foram registados 92 casos suspeitos, distribuídos da seguinte forma: Niassa (57), Tete (08), Cidade de Maputo (07), Província de Maputo (07), Manica (04), Zambézia (03), Cabo Delgado (03), Nampula (02) e Sofala (01).
“Das 92 amostras colhidas, 87 já foram testadas e cinco estão em processamento. Até ao momento, 70 amostras deram resultado negativo, o que representa 95 por cento das amostras processadas”, afirmou.
Entretanto, todos os pacientes encontram-se clinicamente estáveis e em isolamento domiciliário, acompanhados pelas autoridades de saúde.
“Todos os pacientes evoluem satisfatoriamente em isolamento domiciliário. Nenhum deles teve alta até agora, pois ainda não completaram os 21 dias recomendados de isolamento”, referiu.
O país havia registado anteriormente um caso de Mpox em 2022, na província de Maputo, e desde então não haviam sido notificadas novas infecções até à presente situação.
“As primeiras três amostras testadas confirmaram a presença do vírus da Mpox Clade Ib, também em circulação na Tanzânia. As restantes amostras ainda estão em processamento”, acrescentou.
Perante o actual surto, Fernandes recomendou a adopção de medidas preventivas rigorosas para evitar o alastramento da doença a outras regiões do país.
“É necessário reforçar a higiene individual e colectiva, evitar o contacto físico com pessoas infectadas ou animais contaminados, bem como o contacto com roupa, lençóis e toalhas de pacientes sem o uso de material de protecção individual. É também importante limpar e desinfectar superfícies possivelmente contaminadas e vacinar os grupos de risco, como contactos de casos positivos, profissionais de saúde e da linha da frente”, frisou.
A Mpox é uma doença viral zoonótica (transmitida de animais para o ser humano), identificada pela primeira vez em humanos em 1970, na República Democrática do Congo.
A infecção manifesta-se inicialmente de forma inespecífica, com sintomas como febre, dores de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos (caroços na mandíbula, pescoço, axilas ou virilha), dores nas costas e fraqueza. Posteriormente, surge uma erupção cutânea sob a forma de borbulhas.
(AIM)
SNN/sg