
Garimpo para extracção de ouro
Chimoio (Moçambique), 17 Ago (AIM) – O número de empresas suspensas que se dedicam à exploração mineira, com destaque para ouro, está a aumentar no distrito de Manica, na província do mesmo nome, centro de Moçambique.
Neste momento, são no total onze empresas, cujas actividades estão paralisadas, devido ao uso de técnicas inadequadas e que tem provocado a poluição dos rios, sobretudo o Révuè.
Nos últimos dias, foram suspensas seis empresas, contra outras cinco que viram as suas actividades paralisadas em princípios deste ano (2025).
O anúncio neste sentido foi feito pelo Inspector Nacional de Minas, Grácio Cune.
Cune falava recentemente no distrito de Manica onde revelou que, nas visitas feitas a algumas empresas, foi possível constatar mais firmas que violam as normas de proteção ambiental.
Parte das empresas são reincidentes, visto que já haviam sido advertidas no sentido de observarem todas as regras amigas do ambiente durante a actividade de exploração mineira.
“Na semana passada, enquanto realizávamos a reunião nacional de aprimoramento de estratégia para a mitigaçãodos problemas ambientais, que decorreu aqui na província de Manica, fizemos visitas de campo, onde constatamos que ainda existem empresas que violam a lei. A medida foi mesmo penalizá-las de acordo com cada tipo de infracção cometida. É o que fizemos conforme manda a lei”, explicou Cune.
Segundo a fonte, de Maio passado até a presente data, foram suspensas as actividades de exploração, na bacia do Révuè, um total de onze empresas. Parte destas estão paralisadas. No princípio deste ano, foram suspensas cinco empresas. “Agora temos mais seis. Portanto, são no total onze empresas”.
Cune assegurou que trabalhos de inspeção continuam ao longo do rio Révuè e em outras bacias da província, com ocorrência de actividade mineira.
“Nesta visita também constatamos que essa actividade contínua a afectar bastante as águas da albufeira de Chicamba. A água continua bastante turva e, a partir da ponte sobre o rio Révuè, ela chega até a barragem quase lamacenta”, disse.
“Estamos perante um atentado à saúde pública. O nosso desafio é continuar a trabalhar com essas empresas de forma a pararem de poluir a água e consciencializar os exploradores a pautarem por uma exploração responsável que não coloca em perigo ao ambiente”, acrescentou.
Cune garantiu que uma das principais apostas do governo é fazer com que a água volte, nos próximos dias, ao seu estado normal para o bem das comunidades.
Na província de Manica, a poluição das águas ocorre nos rios Révuè (Manica), Púnguè (Vanduzi) e uma parte de Lucite, em Sussundenga, onde há ocorrência de mineração industrial e artesanal.
Estes distritos são potenciais em recursos minerais, com destaque para ouro.
Aliás, na província de Manica, a exploração dos recursos minerais também é feita nos distritos de Báruè, Macossa, Gondola e Macate. Em toda a província, existem pelo menos 10 mil exploradores entre industriais e artesanais.
A exploração artesanal, mais conhecidos por garimpo ilegal, é feita por cidadãos nacionais e estrangeiros, na sua maioria jovens que, sob todos os riscos, têm o garimpo como principal fonte de renda individual e familiar.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/dt