
Indivíduo neutralizado pelo SERNIC. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 22 Set (AIM) ‒ O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) apresentou, na manhã de hoje (22), na capital moçambicana, dois cidadãos de nacionalidade estrangeira detidos na posse de 132 mil dólares americanos não declarados às autoridades aduaneiras.
Os cidadãos referidos um é de nacionalidade maliana e outro costa-marfinense, de 35 e 38 anos respectivamente.
Ambos foram detidos a bordo de um avião com destino à China, na passada sexta-feira, no Aeroporto Internacional de Maputo. Segundo o SERNIC, “o valor estava a ser transportado para fins não muito claros”.
“Nós, como SERNIC, suspeitamos que este valor tenha origem criminosa. Como sabemos, o nosso país vem sendo assolado pelo crime organizado, então, esta omissão deliberada da declaração deste valor às autoridades aduaneiras deve estar associada à tentativa de omitir realmente a origem criminosa deste valor”, referiu João Adriano, porta-voz do SERNIC na cidade de Maputo.
“Este trabalho foi feito no sentido de evitar que este dinheiro fosse usado para a aquisição de bens ou serviços que poderiam ser rentabilizados e, por via disso, colocar o dinheiro no circuito financeiro moçambicano e aí ficar concretizado o crime de branqueamento de capitais”, acrescentou.
Sobre a possibilidade de envolvimento de funcionários do Aeroporto de Maputo para a facilitação do acto, o porta-voz do SERNIC diz ser necessário “aprofundar o trabalho para apurar como é que os indivíduos conseguiram entrar no voo com a mala contendo o valor não declarado”.
“É um trabalho de investigação que deve ser feito com a devida delicadeza, com a técnica, que é para poder-se trazer evidências de possível envolvimento de colaboradores daquela entidade”, disse.
Os suspeitos confirmam ser proprietários do valor, que alegam ser proveniente das receitas das suas lojas de venda de vestuário e calçado na cidade de Maputo, num negócio que já faz 15 anos. Alegam ainda que não sabiam da necessidade de declarar, por desconhecerem a legislação moçambicana que estabelece o limite de 10 mil dólares.
Afirmam que o motivo da viagem “era para fazer compras” naquele país asiático, operação que pretendiam fazer pela primeira vez.
Refira-se que no âmbito da detenção, tomando conhecimento da presença do SERNIC no avião, os cidadãos teriam decidido esconder o dinheiro no balneário da aeronave.
Na mesma comunicação, o SERNIC apresentou um indivíduo de 33 anos, recuperado após evasão na cadeia de máxima segurança em Dezembro do ano passado, onde tinha cumprido 7 dos 12 anos de prisão por crime de ofensas corporais que resultaram em morte de um cidadão.
Acrescenta que foi recuperado após denúncia resultante de “problemas familiares”, segundo contou e, que após a evasão, teria viajado para a província de Inhambane antes de regressar à Maputo.
(AIM)
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