
Barco de resgate. Foto arquivo
Maputo, 22 Set (AIM) – O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) realizou hoje (23), exercícios de prontidão na cidade da Beira, província central de Sofala, em Moçambique, para testar a capacidade de resposta das estruturas locais face à época chuvosa e ciclónica 2025/2026 que se aproxima.
A escolha da cidade da Beira para acolher os exercícios deve-se a necessidade de aprimoramento dos mecanismos de prontidão num dos pontos mais vulneráveis do país, marcada pela devastação do ciclone Idai, em 2019.
Segundo a presidente do INGD, Luísa Meque, o objectivo dos exercícios é aferir e reforçar o nível de prontidão das estruturas locais, testar os sistemas de resposta comunitária, prontidão urbana e coordenação entre os diferentes actores.
“A escolha da Beira decorre do seu historial de tragédias. Nos últimos 45 anos, a província de Sofala registou múltiplos eventos extremos, incluindo cheias e secas. O Idai, em 2019, afectou 1,5 milhão de pessoas e causou 603 mortes, tornando-se um dos desastres mais letais da história do país”, disse.
Sobre a próxima época chuvosa, Meque disse prevê-se ocorrência de chuvas normais acima do normal em Gaza, Inhambane, Maputo, Manica e parte sul de Sofala entre os meses de Outubro e Dezembro do corrente ano.
Já entre Janeiro e Março de 2026, projecta-se risco elevado de cheias nas bacias do Licungo e Savane, e risco moderado a alto nas do Maputo, Umbelúzi, Incomáti, Save, Búzi e Púnguè.
“Prevê-se igualmente um risco alto de ocorrência de cheias urbanas em Boane, cidades de Maputo e Matola, Marracuene, Xai-Xai, Beira e Quelimane”, alertou a presidente.
Para responder a este cenário, o INGD iniciará de imediato a elaboração do plano de contingência para a época 2025/2026. “O processo começa no distrito, passa pela província e só depois vai à aprovação do Governo central”, explicou.
Meque recomendou ainda à réplica de exercícios de simulação noutras zonas vulneráveis, reforçando que “só assim poderemos promover uma cultura de preparação, testar a eficácia dos mecanismos locais de resposta e reduzir o impacto de futuros eventos extremos”.
A dirigente elogiou os Comités Locais de Gestão do Risco de Desastres pelo seu papel essencial na mitigação de danos. “É graças ao vosso envolvimento que conseguimos reduzir riscos e salvar vidas”, concluiu.
(AIM)
Paulino Checo/sg