Central Térmica de Temane (CTT) ainda em fase de construção
Maputo, 11 Dez (AIM) – A Central Térmica de Temane (CTT), um dos maiores projectos energéticos de Moçambique, vai retomar as obras após a contratação da gigante turca ENKA para concluir a construção da central a gás de 450 MW, interrompida desde Abril deste ano, devido a um impasse contratual com o anterior empreiteiro.
A CTT, na presença do líder do consórcio a GLOBELEQ, fechou semana passada, um acordo com a ENKA İnşaat ve Sanayi A.Ş, reconhecida internacionalmente na área de engenharia e construção e cotada na Bolsa de Istambul, para assumir a empreitada da CTT, localizada no distrito de Inhassoro, província de Inhambane.
Segundo o comunicado a que a AIM teve acesso, a ENKA confirma ter assinado, a 5 de Dezembro corrente, um contrato com a Central Térmica de Temane S.A, para a realização das obras e serviços associados ao projecto..
Num comunicado oficial, a empresa compromete-se a concluir o projecto em 23 meses (dois anos), o que coloca o comissionamento operacional provavelmente para 2027, representando novo reajuste no calendário inicial.
A CTT já acumula vários adiamentos desde 2024, motivados por factores técnicos, financeiros e ambientais, incluindo a passagem de ciclones pela província de Inhambane.
O impasse contratual com o empreiteiro espanhol TSK, que levou à paralisação das obras em Dezembro de 2024, afectou directamente os prazos para a conclusão do projecto. A TSK abandonou o estaleiro com cerca de 80 por cento da execução física concluída, segundo fontes do empreendimento.
Apesar disso, acredita-se que as etapas de comissionamento e testes possam manter-se dentro do possível, caso a nova contratada respeite o cronograma agora redefinido.
Orçado em 650 milhões de dólares, o projecto da CTT é considerado essencial para reforçar a capacidade energética de Moçambique e permitir a integração plena das redes eléctricas regionais, através de uma linha de transmissão de 400 kV e 563 quilómetros, entre Maputo e Vilanculos.
A central prevê a instalação de cinco turbinas a gás, cinco geradores de vapor de recuperação de calor, uma turbina a vapor e uma unidade de refrigeração a ar, além de estruturas complementares de balanceamento de planta.
A CTT constitui uma parceria público-privada entre a Globeleq, a Electricidade de Moçambique (EDM) e a SASOL, com concessão válida por 25 anos.
Os sucessivos adiamentos impactam o arranque de outros empreendimentos dependentes da CTT, como o Temane Transmission Project (TTP), uma linha de transmissão superior a 500 quilómetros, e o Acordo de Partilha de Produção (PSA).
Em Janeiro de 2024, o gestor do projecto, Eucides Dgedge, estimava o início do comissionamento para o 2.º ou 3.º trimestre de 2025, com entrada em funcionamento a 2 de Fevereiro de 2026, previsões hoje ultrapassadas.
(AIM)
Paulino Checo /sg
