Cabos eléctricos roubados dos equipamentos da Electricidade de Moçambique. Foto arquivo EDM
Maputo, 21 Dez (AIM) – A empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) registou prejuízos avaliados em cerca de 366 mil dólares norte-americanos, o equivalente a aproximadamente 23 milhões de meticais, resultantes do roubo de material e da vandalização de infra-estruturas eléctricas em várias regiões do país.
De acordo com a EDM, o fenómeno ocorre com maior incidência nos municípios da Matola e Boane, bem como nas províncias da Zambézia e Inhambane, nas regiões sul e centro de Moçambique.
A preocupação foi manifestada na província central de Tete pelo administrador executivo para a Área de Negócios da EDM, Luís Ganje, ao abordar as estratégias da empresa para proteger as suas infra-estruturas contra actos de roubo e vandalização.
Segundo Ganje, estas práticas têm vindo a condicionar a expansão da rede eléctrica nacional, comprometendo a meta governamental de alcance universal do programa “Energia para Todos”.
A fonte sublinhou que, para evitar que os esforços do Governo sejam inviabilizados por indivíduos mal-intencionados, a EDM tem vindo a implementar diversas estratégias de protecção das suas infra-estruturas.
“Apelamos às lideranças locais e ao público em geral para que unamos sinergias no combate a este fenómeno, porque a nossa infra-estrutura é extensa e está muito exposta. Não é possível fazer vigilância torre a torre ou poste a poste. Por isso, todo o cidadão que directa ou indirectamente beneficia da energia eléctrica é chamado a ser vigilante”, disse Ganje, citado pela Rádio Moçambique, emissora nacional.
O responsável explicou que os roubos envolvem frequentemente o transporte de material em camiões, razão pela qual apelou à denúncia imediata às autoridades, sublinhando tratar-se de um crime de natureza regional.
“Não é um crime que começa e termina aqui”, acrescentou.
Ganje salientou ainda que, tendo em conta que parte do material roubado circula pelos portos e fronteiras, é necessário um trabalho conjunto e integrado entre as instituições competentes.
“Estamos igualmente a trabalhar ao nível legislativo para reforçar a criminalização destas práticas, incluindo a venda e exportação de material roubado. Eliminando o mercado, o crime deixa de fazer sentido, porque as pessoas roubam cantoneiras e outros equipamentos com o objectivo de vender”, concluiu.
(AIM)
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