
porta-voz da direcção Provincial de Migração de Manica, Manuel Mapendera
Nestor Magado, da AIM
Chimoio (Moçambique), 13 Nov (AIM) – A travessia de pessoas e bens está a decorrer na normalidade e num ambiente seguro na fronteira de Machipanda, província de Manica, centro de Moçambique, nesta quarta-feira (13), primeiro dia da quarta etapa das manifestações ilegais convocadas pelo candidato presidencial suportado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Venâncio Mondlane.
Mondlane reivindica vitória nas VII eleições gerais, presidenciais, legislativas e as IV das assembleias provinciais de 09 de Outubro passado.
Para a considerada quarta fase, Venâncio Mondlane mobilizou, a partir de parte incerta, através da rede social Facebook, os seus apoiantes a se manifestarem nas capitais provinciais, portos, postos fronteiriços e nos principais corredores rodoviários para exigir alegada justiça eleitoral.
A fronteira de Machipanda permite a ligação, por via terrestre, entre Moçambique e Zimbabwe, através do corredor da Beira, na Estrada Nacional numero Seis (EN6), uma das principais vias usadas para o escoamento de mercadoria diversa do porto da Beira, na província central de Sofala, para países do interland.
Diariamente passam pela fronteira de Machipanda mais de 400 camiões de mercadorias saindo de Moçambique para o Zimbabwe, Zâmbia, República Democrática do Congo (RDC), incluindo Botswana.
Aliás, destes países, também entram para Moçambique veículos com mercadoria diversa para o porto da Beira.
A AIM esteve na manhã desta quarta-feira na fronteira de Machipanda onde constatou a circulação normal de pessoas e bens nos dois sentidos da fronteira (Moçambique/ Zimbabwe).
Embora de forma tímida, a circulação de camiões está sendo de forma ininterrupta.
Do lado de Moçambique estava uma enorme fila de camiões que pretendiam entrar no Zimbabwe. Porém, o movimento fluía normalidade.
Ao longo da EN6, na província de Manica, foi possível encontrar alguns camiões estacionados em locais seguros de forma preventiva.
Contudo, o ambiente é considerado calmo em todo o trajecto desde a cidade de Chimoio, a capital provincial de Manica, até a fronteira de Machipanda.
Alguns automobilistas de longo curso, com carga, simplesmente paralisaram as suas actividades (viagens) temendo algum vandalismo.
Todavia, as autoridades de migração afirmam estarem asseguradas todas as condições para garantir que a fronteira de Machipanda funcione sem grandes constrangimentos.
O porta-voz da direcção Provincial de Migração de Manica, Manuel Mapendera, explicou que no período da manhã desta quarta-feira passaram pela fronteira de Machipanda, nos dois sentidos, aproximadamente 500 pessoas, para além de viaturas de longo curso com mercadoria diversa.
“Este número é considerado normal porque em outros dias temos registado a circulação de aproximadamente 1.000 passageiros. Portanto, temos razões suficientes para dizer que todos os serviços estão a funcionar em pleno”, descreveu Mapendera.
O entrevistado garantiu estarem criadas todas as condições para que o movimento de pessoas e bens decorra num ambiente de segurança na fronteira de Machipanda.
“Todos os serviços adstritos à fronteira de Machipanda estão assegurados e acreditamos que o ambiente será mesmo este nos próximos dias até ao fim da quarta etapa das manifestações. Os funcionários de migração estão presentes, cada um no seu posto de trabalho, para atender o público. Portanto, pedimos a colaboração da população na manutenção da ordem e segurança públicas”.
Entretanto, Samuel Mateus Mandava, um dos cidadãos abordados pela AIM na fronteira de Machipanda, mostrou-se satisfeito, pois, referiu ter sido atendido de forma cordial e “sigo a minha viagem tranquilamente para o Zimbabwe”.
“Estou a sair de Moçambique e vou ao Zimbabwe. Cheguei na fronteira há pouco tempo e consegui carimbar o meu passaporte e despachei a minha mercadoria. Estou a viajar com destino a capital Zimbabweana, Harare. Embora Moçambique esteja a viver momentos de tensão pós-eleitoral, a vida está a fluir normalmente”, disse Mandava, ouvido pela AIM na fronteira de Machipanda.
“Vamos trabalhar para desenvolver o país. Condeno as manifestações de violência que estão a acontecer em Moçambique. O que queremos é que esse problema passe rapidamente. Que haja um entendimento entre as partes desavindas depois da votação. Qualquer problema deve ser resolvido por via legal. Existem instâncias vocacionadas para dirimir esse problema e muito rapidamente devemos colocar termo a este conflito”.
No entanto, a segurança está reforçada na fronteira de Machipanda e em outros pontos ao longo do corredor da Beira que liga Moçambique e Zimbabwe.
A polícia de guarda fronteira está equipada e preparada para manter a segurança na fronteira e reprimir qualquer tentativa de perturbação da ordem pública.
A fronteira de Machipanda é a segunda maior do país depois de Ressano Garcia, na província de Maputo, sul de Moçambique.
(AIM)
NM/mz