
Maputo, 12 Jul (AIM) – Moçambique possui cerca de 45 milhões de créditos de carbono prontos para serem negociados.
A ministra moçambicana da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, disse que a quantidade pode ser negociada com todos os interessados.
“O levantamento feito pelas nossas equipas mostra que temos cerca de 45 milhões de créditos de carbono disponíveis para serem negociados com todos interessados para complementar a agenda de comercialização do produto”, disse.
Maibaze falava esta segunda-feira (11) a jornalistas, em Maputo, a margem da I Reunião de Preparação de Moçambique para a sua participação na COP28.
Explicou que para explorar o potencial do mercado de carbono, Moçambique tornou-se membro da Iniciativa Africana dos Mercados de Carbono e iniciou a elaboração de um Plano de Activação do Mercado de Carbono, com um grupo de trabalho a dar prioridade à produção de um quadro regulamentar abrangente e propício.
Da regulação, segundo Maibaze, vai advir, entre outras vantagens, a participação do país nos mercados internacionais de carbono e projectos que beneficiem as comunidades locais.
“Este quadro regulamentar ajudará a garantir a integridade ambiental dos nossos projectos de carbono, permitirá que o país participe nos mercados internacionais de carbono ao abrigo do Artigo 6 do Acordo de Paris, proporcionará clareza aos que desenvolvem projectos e aos compradores de carbono e, acima de tudo, garantirá que os nossos projectos apoiem e beneficiem as comunidades locais e a população moçambicana em geral”, referiu.
Maibaze disse que no contexto da transacção dos créditos de carbono, Moçambique posiciona-se como actor relevante no planeta para fazer face aos desafios trazidos pelas mudanças climáticas.
Igualmente, segundo a ministra, o país pode posicionar-se como um actor relevante no mundo, com possibilidades de aumento dos sumidouros de carbono, através de uma agricultura climaticamente inteligente, da preservação florestal, do reflorestamento, e da economia azul”.
Acrescentou que o país tem “um enorme potencial para redução de emissões utilizando energias renováveis, e desenvolvimento de transportes com baixas emissões de carbono”.
O país adoptou em 2018 uma regulamentação nacional para projectos de Redução de Emissões do Desmatamento, Degradação florestal e aumento das reservas de carbono (REDD+), um mecanismo que reconhece o papel das florestas na mitigação do efeito das mudanças climáticas, bem como necessidade de compensar os países que contribuem para o efeito, através de medidas que promovam a conservação florestal.
Os Créditos de Carbono ou Redução Certificada de Emissões são certificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a emissão de gases de efeito estufa.
Comprar tais créditos no mercado corresponde a adquirir uma permissão para emitir gases de efeito estufa.
(AIM)
CC/mz